No Brasil, a população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade, ou 8,6% do total da população brasileira, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Pesquisas revelam que a maioria dessa parcela da população vive nas grandes cidades e, nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas. Outra conclusão do estudo é que o rendimento médio dessa faixa de população é de R$ 657, o que faz com que exerçam papel de destaque na sociedade.
Os números expressivos relativos à terceira idade fazem com que investir em um negócio voltado para esse público seja uma boa alternativa, conforme afirma Francisco Barone, coordenador do Programa de Estudos Avançados em Pequenos Negócios, Empreendedorismo e Microfinanças (Small) da Fundação Getulio Vargas (FGV/RJ). “Este é um nicho de mercado atrativo, pois são pessoas que estão cada vez mais propensas a consumir produtos ou serviços direcionados a elas. Grande maioria dos idosos possui um bom poder aquisitivo, o que os torna clientes em potencial”, salienta Barone.
O consultor orienta que há duas formas de atingir o público da terceira idade: focando o negócio somente nessa faixa etária ou diversificando a clientela. “No primeiro caso, existe o risco de concentração do negócio em uma única faixa etária, mas, em contrapartida, é uma forma de oferecer atendimento personalizado e, portanto, eficaz, que cativa o idoso. Apostar em diferenciais é fundamental, assim como a preocupação em criar uma estrutura, que vai do lay-out da loja ao produto oferecido, de acordo com essa parcela da população”, destaca Barone.
O céu também serve de cenário para negócios que atendem aos mais maduros. Após perceber um aumento na demanda de pessoas acima de 60 anos, Plácido da Cunha resolveu se especializar em levá-las para fazerem vôo duplo em parapente. “É um esporte que não tem restrição. Voar de parapente requer apenas um passo para o equipamento alçar vôo e o pouso é suave. O tempo de vôo varia entre 10 e 30 minutos, dependendo do vento. A demanda maior é, sim, de pessoas jovens, mas, anualmente, registramos mais de 50 saltos com pessoas mais velhas”, destaca o piloto.
Apostar apenas no vôo duplo como fonte de renda é arriscado, mas Cunha orienta que ministrar cursos é outra forma de gerar receita. “É preciso ser praticante de vôo livre e atender às regras estipuladas pela Associação Brasileira de Vôo Livre para entrar no negócio. Os cursos para piloto custam, em média, R$ 1.800 e é preciso pagar uma mensalidade para a associação, no valor de R$ 30”, salienta ele, acrescentando que o preço de um parapente está em torno de R$ 7 mil. Para um salto duplo, é cobrado de R$ 150 a R$ 200.
Atividade. Na Age Seniors Center, em São Paulo, o espaço é destinado à promoção do envelhecimento ativo e saudável, por meio de programas e atividades que o estimulem nos aspectos físico, emocional, intelectual e social. Com uma área 1,2 mil metros quadrados e capacidade de atendimento de 5 mil associados, o centro foi projetado com todas as adaptações estruturais necessárias para receber pessoas acima dos 60 anos, independentemente de suas condições de saúde e limitações.
O gerente de comunicação e marketing da empresa, André Lorenzetti, diz que o negócio nasceu para oferecer atividades práticas como oficina de dança, ioga, terapia corporal, aulas de informática, exercícios de baixo impacto, caminhadas, atividades motoras, entre outras. “Atualmente, temos cerca de 300 clientes”, afirma Lorenzetti.
Para a maturidade ligada em tecnologia, a Hóspede Vip, site de reserva de hotéis pela internet, disponibiliza um link específico de roteiros para a terceira idade, com hotéis que de alguma forma oferecem serviços para esse público. O coordenador de criação e marketing da empresa, Carlos Eduardo Stefano, ressalta que os dados do banco de dados dos usuários revelam um aumento na utilização do serviço por pessoas acima dos 60 anos.
“Em um mercado onde a concorrência é pulverizada, já que temos outros sites, agências de viagens e os próprios hotéis como concorrentes, nosso diferencial está nessa segmentação de roteiros e nas formas de pagamento, que podem ser via boleto bancário ou depósito bancário. Futuramente, vamos oferecer a opção de parcelamento”, diz Stefano.
fonte: mercado competitivo