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A propaganda é o sofá da sala

Vou contar-lhes uma coisa, que embora não pareça é verdade: a campanha eleitoral já começou. Sim, não parece mesmo. As ruas da cidade estão limpas, não há cartazes, banners, outdoors, e nem há comícios, gente distribuindo santinhos, nada. Nem parece que daqui a pouco mais de 60 dias vamos estar escolhendo Presidente, governadores, deputados e senadores para os próximos anos de nossas vidas. Aliás, parece que isso não tem nada a ver com nossas vidas.

A nova lei eleitoral elegeu a propaganda como a grande vilã da vida nacional, proibindo a mídia exterior e os brindes como camisetas e bonés, como se com isso estivesse resolvendo os problemas de caixa 2, abuso do poder econômico e corrupção eleitoral. É aquela velha e surrada história do marido traído que resolve vender o sofá da sala, como se tirando de cena o leito improvisado dos amantes, caísse sobre a mulher o manto da fidelidade. Além de corno é burro.

Diretas Já (1984): bons tempos em que o povo se mobilizava por mudanças no país e a propaganda não era culpada.

Ou alguém ai acredita que os políticos corruptos, contumazes compradores de voto, se tornaram santos porque não podem ter suas fuças expostas num outdoor ou porque não vão poder distribuir camisetas? Mas com essa medida a Justiça Eleitoral acabou tirando das eleições o seu caráter de mobilização popular, afinal vivemos na era da comunicação, da propaganda, não se junta mais gente em torno de um orador sobre um caixote de maçãs.

Além disso, os que mais são prejudicados com essa proibição tacanha são os candidatos com menos recursos, porque esses mandavam imprimir 10 mil cartazetes em rolo plástico, por uma ninharia e disputavam democraticamente os postes de luz com os abastados. Ou alguém ai acredita que os políticos profissionais endinheirados (nem sempre de forma honesta) vão gastar menos nessas eleições? Nada, vão despejar dinheiro na compra de votos.

O resultado disso é que estamos presenciando a campanha eleitoral mais xôxa da nossa história republicana, mais sem graça e sem o menor interesse popular. Quem deve estar adorando isso é quem está liderando as pesquisas, pois se a campanha não anima ninguém, não mobiliza ninguém, tudo vai ficar como dantes no quartel de Abrantes.

O Brasil é pródigo em surpreender ao Brasil. Quando achamos que “agora vai” é ai mesmo que vai….a vaca pro brejo.

autor: Julio Ribeiro
fonte: adonline

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Uma resposta

  1. Choro de marketeiro desempregado.
    Só vejo benefício nisso que o autor chama de “proibição tacanha” e esse blog divulga sei lá com qual propósito.

    Aliás… essa “proibição tacanha”, que não é tudo mas é um bom começo, tem como objetivo justamente acabar (nem tanto, infelizmente) com essa fábrica de santinhos do pau oco que temos por aí.

    E enquanto esse povinho achar que “10 mil cartazes em rolo plástico” faz parte do jogo democrático, estamos perdidos. Isso é coisa séria! Não é comercial de sabão em pó!

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