A escolha de um produto na prateleira do supermercado não é apenas racional. Embalagens bonitas e bem resolvidas saltam aos nossos olhos, e a compra também vira emocional. Se dois produtos similares têm o mesmo preço e a mesma qualidade, acabamos escolhendo a embalagem mais bacana. Esse é apenas um exemplo de como o design pode mudar o faturamento de sua empresa e a diferenciar dois concorrentes.
O Brasil ainda está acordando para o design. Há uns 10 anos, preocupar-se com estética e qualidade gráfica era sinônimo de frescura. Isso valia para praticamente qualquer segmento. Eram poucas as empresas que contratavam designers para melhorar seus produtos. Resquício de um mercado fechado e com poucos concorrentes estrangeiros.
Com o País mais rico e sua população mais viajada, a importância do design de qualidade é cada vez maior. Não importa o ramo de atividade. Em meu primeiro emprego na área imobiliária, meu chefe pediu para eu fazer uma apresentação em PowerPoint com determinado conteúdo. Depois de uma breve análise, ele resumiu: “ficou bom, mas tem muita coisa desalinhada. Nossa empresa é focada na estética e até o PowerPoint precisa estar impecável”.
O primeiro passo para orientar seu negócio para o design é contratar um designer gráfico. É ele quem fará os cartões de visitas, a logomarca, o site, a papelaria e, quem sabe, a comunicação visual dentro do escritório. Nada disso é bogagem. Até as plaquinhas de sinalização de banheiros são importantes.
Se você já tem essa parte resolvida, a próxima tarefa é investir dentro do escritório. O espaço de trabalho precisa ser funcional e bonito, mesmo que você receba poucos clientes. Escritórios bem projetados e com peças de design interessantes são inspiradores e podem melhor a qualidade do trabalho. Os funcionários, mesmo que de maneira inconsciente, se sentem mais valorizados quando estão rodeados de bom design. E não adianta só comprar alguns móveis assinados e achar que tudo está resolvido. Todos os detalhes são importantes, desde a xícara do café ao toalheiro.
Países ricos geralmente são orientados para o design. É o caso dos escandinavos, da Itália e do Reino Unido. Sua população consome design e suas empresas têm a estética em seu DNA. O Brasil, aos poucos, também está enxergando o potencial do design para seus negócios. O BNDES, por exemplo, já permite que micro e pequenas empresas usem o Cartão BNDES para contratação de empresas de design.
Com o consumidor cada vez mais antenado e exigente, o design tem função estratégica na diferenciação de marcas, produtos e serviços.
autor: Marcel Steiner
fonte: Blog CQ