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O que você vai ter quando envelhecer?

Comece a pensar nisso desde já e invista na sua previdência privada

Você vai ficar velho um dia. Isso é fato. Em vez de não querer nem pensar no assunto, achando que falta tempo demais, o mais esperto é investir desde já para ser um velho com saúde e dinheiro no bolso, não?! Não adianta se fiar na aposentadoria oferecida pelo Estado – a previdência social -, por mais que você trabalhe pacas e ganhe bem ao longo de toda a sua vida profissional. “Nossa previdência oficial não garante um futuro tranqüilo.O governo não tem se mostrado um bom gestor. Além disso, se você ganha R$ 4 mil ou R$ 20 mil, ao se aposentar receberá a mesma renda mensal bem menor : o equivalente a, no máximo, R$ 1561,56 por mês. Isso, se as regras forem as mesmas de hoje, o que certamente não será. A solução é a gente ser gestor da nossa própria previdência”, diz Ricardo Rochman, professor de Finanças da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo).

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Melhor começar já. Afinal, Quanto mais cedo se começa a investir, menos será necessário desembolsar por mês, já que o período de contribuição será maior. Aprenda aqui tudo o que você precisa saber para escolher a melhor previdência pra você.

Por que investir em previdência e não em outro fundo?
O rendimento mensal de um fundo de previdência é basicamente o mesmo de outro fundo de investimento conservador, como o DI. Então, qual é a vantagem de um com relação ao outro? Há algumas.

1. Menos tributo. Você só vai pagar imposto sob os rendimentos da aplicação quando for receber o dinheiro, não enquanto está aplicando. “Em um fundo de renda fixa, paga-se imposto duas vezes ao ano, equivalente a 15% até 22,5% da aplicação, dependendo do prazo que se deixa o dinheiro lá”, explica Rochman.

2. Mais segurança. Outra vantagem da previdência privada sob outras aplicações é que você tem garantia que receberá, no mínimo, o dinheiro que aplicou, mesmo que a instituição quebre. “Há toda uma legislação específica que ampara o contribuinte”, explica a mestre em Finanaças Ângela Meneses, professora de Análise de Investimento do IBMEC São Paulo. Segundo as regras estabelecidas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro, vinculado ao Ministério da Fazenda, as seguradoras de previdência privada que administram a grana que você investe só podem aplicar, no máximo, 49% dela em um fundo de renda variável (isto é: o rendimento varia de acordo com a flutuação do mercado). O resto tem de ser em um fundo de renda fixa, ou seja, que tem um lucro, rendimento fixo por mês.

Quanto devo investir?
O primeiro passo é pensar: quanto você vai PRECISAR ganhar por mês depois dos 60 anos? Isto é: que tipo de gastos fixos você acha que vai já ter deixado de ter (exemplo: pagar faculdade própria e dos filhos, pagar aluguel – provavelmente já terá seu próprio imóvel). E que tipo de gastos fixos terá que não tem hoje (ex: um seguro saúde muito mais caro, mais remédios para tomar). Faça as contas e coloque na ponta do lápis.

Em segundo lugar, pense: quanto você vai QUERER ganhar no futuro? Vai querer ter um jatinho e viajar para o exterior? Ou apenas uma casinha própria no interior e viver tranqüilinho com sua esposa ou marido? Faça as contas dos gastos em cada caso e some com os gastos fixos.

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Aí vem a parte mais difícil: quanto do dinheiro que você ganha hoje consegue poupar para aplicar em um fundo de previdência? Lembre-se: esse dinheiro é para você colocar lá e esquecer que tem. É investimento a longuíssimo prazo. “Investir na previdência só compensa se conseguir deixar o dinheiro lá por, no mínimo, três anos. Caso contrário, melhor colocar em outro fundo, já que a taxa de carregamento e de administração da previdência privada pode comer até 14% do dinheiro aplicado”, explica Rochman.

Atualmente, em algumas instituições, você pode aplicar até R$ 50 por mês na previdência privada. Com rendimento de 1% ao mês, depois de 25 anos, você já terá o seu primeiro milhão (resta saber quanto isso vai valer daqui a 25 anos… Tudo vai depender de como vai andar a inflação acumulada nesse período). Mas, como a previsão é de que sua renda aumente com o tempo, você pode ir aumentando o valor da aplicação.

A melhor carteira para você
Há dois tipos de plano de previdência no Brasil. A aberta e a fechada. A aberta pode ser contratada por qualquer pessoa, enquanto a fechada é destinada a funcionários de uma empresa, sindicatos ou entidades de classe. Neste último caso, o trabalhador contribui com uma parte mensal do salário e a empresa banca o restante. Algumas empresas, essas mais raras, bancam toda a contribuição. Mas provavelmente essa não é a opção para você, que ainda é estudante, ou seja, vai ter que fazer uma previdência privada aberta. Essa é oferecida por seguradoras ou por bancos. Um dos principais benefícios dos planos abertos é a sua liquidez, já que os depósitos podem ser sacados a cada dois meses.

Na Aberta, há dois tipos de plano: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL ( Vida Gerador de Benefício Livre). Segundo os especialistas, não há nem o que se questionar: o VGBL é o tipo ideal para o estudante. Isso porque o PGBL é mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário completo, uma vez que pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de Renda. Não entendeu nada? Sem problema, já que o que serve para você é o VGBL, aconselhável para aqueles que não têm renda tributável, já que não se pode deduzi-lo do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento do IR sobre o ganho de capital. Nesse produto, não há garantia de rentabilidade mínima, ainda que todo o rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro resgate pode ser feito em prazo que varia de dois meses a dois anos. A partir do segundo ano, também pode ser feita a cada dois meses.

Em qualquer um dos dois tipos de previdência, é cobrado de você duas taxas: de carregamento – cobrada cada vez que você aplica dinheiro. E de administração, cobrada pela gestão do fundo. Isso quer dizer: o que o banco ou a seguradora fazem para você é ficar administrando seu dinheiro, parte dee investido em títulos públicos (renda fixa) e parte investida em negócios mais arriscados, cujo rendimento flutua mais e seu dinheiro pode render muito mais ou sofrer uma grande queda (renda variável).

O percentual que cobram na taxa de carregamento varia de 1% a 10%, e na de administração, de 2% a 4%. Isto é: será descontado do dinheiro que você investe, até 14%. Mesmo assim, a previdência privada pode render de 13% a 16% ao ano, já descontados o valor dessas taxas.

autora: Barbara Semerene
fonte: Universia

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