A Propaganda usa o sexo na medida em que o sexo é utilizado pela sociedade. E se as pessoas estão mais abertas, é natural que os anúncios reflitam isso.
Numa análise mais aprofundada verificamos que o uso do sexo na internet, nas revistas, livros, cinema etc ocorre fora das pessoas, como uma liberdade aparente, mas não no interior dos indivíduos.
Internamente, o sexo continua a ser reprimido e há uma quantidade de problemas – impotência, frigidez, culpa, delinqüência etc – com os quais a sociedade convive. A Propaganda aparece, assim, como uma das formas de resolver esta repressão, incorporando fantasias aos produtos que quer vender. Poderíamos afirmar que o uso do sexo na Propaganda está relacionado com o nível de repressão sexual do consumidor.
Usar sexo na Propaganda é como comer e dormir. Bem usado, não faz mal nenhum. É uma atividade saudável e pode ser saudável também na Propaganda. Ele é apenas um caminho entre os milhares de caminhos que podemos escolher para anunciar o que quer que seja. Como qualquer outro tema – política, futebol, folclore etc – deve ser analisado particularmente… a dose certa, na hora certa.
Sexo ajuda a vender tanto como status, auto-estima, necessidade e outros apelos. Não será o uso do sexo na Propaganda que provocará a dissolução dos costumes nem os consumidores são tão ingênuos e imaturos que não possam distinguir entre o bom e o mau uso do sexo.
Antes de se pensar em usar sexo gratuito na Propaganda, deve-se atentar contra seu uso em propaganda abusiva, mentirosa, feia, sem criatividade, porque isso é que não vende. Mal usado, o sexo torna-se absolutamente ridículo e grosseiro. Um tiro no pé!
A adequação do uso do sexo na Propaganda está relacionada com a escolha da mídia certa, do veículo certo, do público certo enfim, é uma decisão complexa e delicada, própria para profissionais.
A Propaganda deve continuar usando o sexo, a partir do comportamento da comunidade onde ela atua, pois usando o sexo, além de vender o produto, a propaganda cria estímulos para que a comunidade enfrente seus problemas sexuais – como nós estamos fazendo neste momento.
fonte: carlos martins