O conceito de GLS foi introduzido pelo publicitário paulistano André Fisher para identificar as pessoas que lotaram o festival de cinema e vídeo Mix Brasil em sua primeira edição, em 1993. “Verificamos que o público era formado não apenas por gays e lésbicas, mas também por um grupo que resolvemos chamar de simpatizantes. A mídia adorou e passou a usar rapidamente o termo. GLS é conceito de marketing, refere-se a uma fatia do mercado que consome de uma maneira específica”, conta.
Existe também um interesse mercadológico em incluir os simpatizantes na sigla – pessoas que estão no “armário” podem participar dos eventos, camuflados no meio dos verdadeiros simpatizantes, sem ter que se assumir. A palavra é uma versão brasileira para o que os americanos chamam de “gay friendly”, pessoas que respeitam os homossexuais e, como eles, possuem o mesmo comportamento de consumo.
Assim como nem todo público GLS é homossexual, nem todos homossexuais integram o público GLS. Afinal, manter relações sexuais com alguém do mesmo sexo não implica necessariamente em identificar-se com uma cultura gay e, assim, manter uma postura social e de consumo específica. Nesse caso, o consumidor homossexual se assemelha ao consumidor heterossexual.
Por isso, muitos teóricos de marketing acreditam que os gays não constituem um segmento de mercado, já que não possuem um comportamento de compra homogêneo, igual para todos. Segundo a psicóloga Adriana Nunan, apenas os homossexuais que adotam uma identidade gay teriam uma cultura de consumo similar e, portanto, constituiriam um segmento de mercado específico. André Fisher acrescenta: “Esse segmento se difere dos outros, basicamente, pelo fato de ter maior renda disponível e usa-la para seu entretenimento. Existe uma parcela significativa dessa comunidade que se diverte viajando, comendo fora, indo a clubes e consumindo moda.”
André Fischer, organizador do festival de cinema Mix Brasil: “GLBT não é o mesmo que GLS. O primeiro termo fala de pessoas que têm em comum o fato de exercerem sexualidades ditas alternativas e, por isso, são privadas de alguns direitos. Já GLS é um conceito de marketing.”
Veja o perfil deste público no Brasil
18 milhões de brasileiros são gays, 10% da população
30% é o que eles gastam a mais do que os héteros
40% estão em SP, 14% no RJ, 8% em MG e 8% no RS
36% são da classe A, 47% são da B e 16%, da C
57% têm nível superior, 40% médio e 3% ensino fundamental
Fonte das estatísticas: empresas e CENSO GLS – Instituto de Pesquisa e Cultura GLS (www.censogls.com.br), uma joint-venture entre as empresas GLS Planet e JUMP Pesquisas
No dia 10 de Julho deste ano, estreiou no canal a cabo, a primeira série online de animação gay com produção da empresa Logo, da MTV, a série é cheia de esteriótipos com um humor bem ácido, trás conflitos familiares modernos do universo gay já é considerada o “South Park” gay nos Estados Unidos.
Criada por Q. Allan Brocka, a animação se passa na fictícia praia de West Lahunga, “o mais gay dos guetos gays”, onde os personagens Rick, um americano de origem filipina, e Steve, um viciado em musculação, moram em sua “casa fabulosamente decorada”.
Os epsódios podem ser baixados no site www.happiestgaycouple.com e há diversos traillers espalhados pelo youtube, quem diria há anos atrás que este tipo de animação iria ser criada, é a reação do mercado aos novos tempos e aos consumidores que sempre existiram e o mercado se fazia de cego em relação a eles, vamos torcer para que os empresários brasileiros comecem a enxergar melhor este tipo de consumidor, assim como fez há algum tempo atrás a empresa Tecnisa, do ramo imobiliário, que treinou toda sua equipe para um atendimento personalizado baseado no levantamento que fizeram sobre o publico gay, hoje a empresa só recolhe os frutos desta estratégia bem pensada.