A história das Copas é um prato cheio para os interessados na evolução da moda no esporte. Mas, referências de cada época à parte, as tendências de estilo do século 21 também atraem aqueles que vêem o futebol além da bola.
Por trás de camisas atraentes, sofisticadas e carregadas de simbologia, existe um verdadeiro batalhão de pessoas que pesquisa, desenvolve e cria o que hoje se tornou objeto de desejo de muita gente. Sair por ai vestindo a camisa de Ronaldo, ou mesmo de craques estrangeiros, é sinônimo de “estar na moda” ou “ser fashion”.
SELEÇÃO MODELO 2006
A frase “Nascido para jogar futebol” é novidade do novo modelo brasileiro
A gola padre da camisa do Brasil não agradou Iódice. “Achei tudo muito certinho na camisa da seleção e isso não combina com o futebol brasileiro. Eu tiraria essa gola, que além de não ser esteticamente bonita, pode na prática não ser tão confortável para o jogador. Também iria acinturar mais a camisa, o que valorizaria a silhueta dos jogadores. Atualmente, os tecidos permitem esse justo confortável”, disse o estilista.
Discussões a respeito de estilo e originalidade à parte, as cabeças do mundo da moda entram em acordo num ponto: a principal forma de estampar a identidade de cada seleção no uniforme é por meio das cores.
“As cores da bandeira do Brasil não têm tanta harmonia, mas são muito energéticas e carregam uma personalidade incrível. Não imagino um uniforme de outra cor”, diz Vitor Santos. O colega Alexandre Iódice endossa. “São cores que representam a alegria e a vibração do povo brasileiro, uma combinação belíssima”.
O tecido também sofreu suas evoluções. O que antigamente era uma simples camisa de algodão, hoje em dia é confeccionada em uma poliamida cercada de tecnologia, para facilitar a transpiração do jogador e mantê-lo confortável durante toda a partida.
Eleger a mais elegante das 32 opções deste ano, só depois de uma disputa bem acirrada. E o Brasil, pelo menos neste quesito, não sairia vencedor.”Gosto da italiana, pelo corte mais justo e o azul, muito elegante”, disse Iódice. “Fico com a de Gana, que conseguiu colocar uma identidade na gola, que imita as batas africanas”, explica Vitor Santos.
A responsável pelo design das camisas de Gana e Itália é a Puma, que vestirá o maior número de seleções na Copa da Alemanha: 11. Em seguida vem a Nike, com oito seleções, apostando no Brasil como carro-chefe e grande estrela. A Adidas, patrocinadora oficial do evento, é a terceira colocada com seis seleções, vestindo dos pés à cabeça a anfitriã Alemanha. Entre as fabricantes de menor porte presentes na próxima Copa está a britânica Umbro, que veste as seleções da Inglaterra e da Suécia. As chuteiras terão patrocínio à parte, respeitando os contratos de exclusividade de boa parte dos craques da Copa.
O responsável pela criação da tradicional camisa amarela da seleção brasileira, hoje um verdadeiro ícone mundial quando o assunto é futebol, foi o desenhista e escritor gaúcho Aldyr Schlee. Aos 18 anos de idade, no ano de 1953, venceu um concurso promovido pelo jornal carioca Correio da Manhã para a escolha do novo uniforme da seleção, tendo concorrido com mais 200 participantes.
A partir dessa constatação, Aldyr se debruçou sobre o projeto por três dias e desenhou o uniforme tradicional da seleção brasileira até hoje: o calção azul com detalhes em branco e a camisa amarela com detalhes em verde. “Sinceramente, só há pouco tempo me dei conta do significado de ter sido o criador da camisa canarinho. Na época, para mim, foi mais importante o prêmio (cerca de R$ 20 mil) e o estágio no Correio da Manhã, que foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida”, se emociona Aldyr.
Em 2004, o gaúcho foi chamado pela Nike, patrocinadora oficial da seleção, para dar as suas considerações sobre o design do uniforme verde-amarelo. “Fui muito direto ao dizer que o uniforme de 2002 era horrível. Aquela padronização em relação às outras seleções deixou claro que o mais importante ali era o interesse comercial, e não o fato de vestir o Brasil. Não era possível que o melhor time do mundo não tivesse um uniforme exclusivo, personalizado. Não sei como isso foi permitido”, definiu Aldyr.
O uniforme desse ano foi aprovado por Aldyr, pois segundo ele, “houve um resgate do original, respeitando o amarelo, que voltou a ser o ouro, e os detalhes discretos apenas na gola e nas mangas em verde”. Questionado se o uniforme pode ser mais uma boa arma do selecionado rumo ao hexa, Aldyr, que curiosamente é torcedor fanático do Uruguai, foge do assunto.
“Eu nasci a 200 m da divisa com o Uruguai, na cidade de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. Ou seja, minha ligação com o país vizinho é muito forte. Sem contar que na minha infância, a “Celeste” era o destaque do futebol mundial, sendo bicampeã mundial e campeã olímpica”, explica.
autora: Ana Luisa Bartholomeu
fonte: http://esporte.uol.com.br/
Uma resposta
Queee históriaa eeem .!