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Marcas esportivas usam Copa como vitrine de tendências da moda

É fácil entender por que as gigantes fabricantes de material esportivo travam guerra nos bastidores e gastam milhões para vestir as principais seleções de futebol do mundo e seus respectivos ídolos. A Copa do Mundo, que chega pela televisão às residências do mundo inteiro, da Indonésia ao Haiti, é a grande vitrine de exposição de suas marcas e modelos, que, na esteira da febre do futebol, serão vendidos como banana nos anos seguintes.Uniformes que no passado eram apenas coadjuvantes do espetáculo – bastavam uma camisa numerada de algodão e um short qualquer- atualmente agregam beleza, praticidade, conforto e estilo para os que estão em campo.

A história das Copas é um prato cheio para os interessados na evolução da moda no esporte. Mas, referências de cada época à parte, as tendências de estilo do século 21 também atraem aqueles que vêem o futebol além da bola.

Por trás de camisas atraentes, sofisticadas e carregadas de simbologia, existe um verdadeiro batalhão de pessoas que pesquisa, desenvolve e cria o que hoje se tornou objeto de desejo de muita gente. Sair por ai vestindo a camisa de Ronaldo, ou mesmo de craques estrangeiros, é sinônimo de “estar na moda” ou “ser fashion”.

SELEÇÃO MODELO 2006

Uniforme da Copa do Mundo deste ano é uma releitura do passado.
A frase “Nascido para jogar futebol” é novidade do novo modelo brasileiro

veja fotos históricas

Para o estilista Alexandre Iódice, das grifes Iódice e Ioio, a moda está cada vez mais presente no esporte, e vice-versa. “Atualmente, as roupas esportivas são facilmente utilizadas no dia-a-dia. É uma prova de que o design de moda está presente nos uniformes”, diz.Os 32 uniformes das seleções da Copa, inclusive o da seleção brasileira, apresentado com pompas em fevereiro deste ano pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e pela Nike, mostram a aplicação de conceitos de design de moda, de acordo com os entendidos do assunto. Segundo o estilista Vitor Santos, da grife V.Rom, as camisas deste ano apresentam uma tendência bem vintage, ou seja, uma releitura de estilos do passado.
O estilista Vitor Santos desenhou sua sugestão de uniforme para a seleção
“Esta tendência retrô já está presente na moda de rua desde a virada do século. E agora chegou com força ao universo esportivo. O interessante disso é que enquanto a tecnologia dessas roupas está anos-luz à frente do que se usa diariamente, a questão do design chega mais lenta. Mas, sem dúvida, se faz presente nos uniformes desse ano”, explica.No caso das camisas, a tendência vintage é notada principalmente nas golas, segundo Vitor. “Passamos pelo amarrio em zigue-zague nas primeiras Copas, depois pela pólo clássica, gola careca, em decote “V” e a gola padre, que voltou com tudo agora em 2006 na camisa do Brasil. Nesta Copa, teremos um pouco de todas elas. Dá para notar que cada fabricante elegeu a sua”, explica o estilista. (veja quadro com a evolução das golas durante a história).

A gola padre da camisa do Brasil não agradou Iódice. “Achei tudo muito certinho na camisa da seleção e isso não combina com o futebol brasileiro. Eu tiraria essa gola, que além de não ser esteticamente bonita, pode na prática não ser tão confortável para o jogador. Também iria acinturar mais a camisa, o que valorizaria a silhueta dos jogadores. Atualmente, os tecidos permitem esse justo confortável”, disse o estilista.

Livro: “Seleção Brasileira – 90 anos” – Veja a evolução de uniformes na história da seleção até a década de 50
O estilista destacou os uniformes do Brasil do passado como referência de estilo. “Gosto muito do modelo da década de 50, com destaque para o brasão em tamanho maior e a camisa mais justa e curta. Hoje em dia está tudo muito largo. Os italianos, para mim, são os que mais utilizam a moda nos uniformes, e nem precisa explicar o porquê”, disse, referindo-se ao país considerado o berço da moda.Para os suspiros da torcida feminina, os jogadores e comissão técnica da seleção da Itália serão vestidos por Domenico Dolce e Stefano Gabbana, da grife Dolce & Gabbana, na Copa do Mundo da Alemanha.

Discussões a respeito de estilo e originalidade à parte, as cabeças do mundo da moda entram em acordo num ponto: a principal forma de estampar a identidade de cada seleção no uniforme é por meio das cores.

“As cores da bandeira do Brasil não têm tanta harmonia, mas são muito energéticas e carregam uma personalidade incrível. Não imagino um uniforme de outra cor”, diz Vitor Santos. O colega Alexandre Iódice endossa. “São cores que representam a alegria e a vibração do povo brasileiro, uma combinação belíssima”.

O tecido também sofreu suas evoluções. O que antigamente era uma simples camisa de algodão, hoje em dia é confeccionada em uma poliamida cercada de tecnologia, para facilitar a transpiração do jogador e mantê-lo confortável durante toda a partida.

Eleger a mais elegante das 32 opções deste ano, só depois de uma disputa bem acirrada. E o Brasil, pelo menos neste quesito, não sairia vencedor.”Gosto da italiana, pelo corte mais justo e o azul, muito elegante”, disse Iódice. “Fico com a de Gana, que conseguiu colocar uma identidade na gola, que imita as batas africanas”, explica Vitor Santos.

A responsável pelo design das camisas de Gana e Itália é a Puma, que vestirá o maior número de seleções na Copa da Alemanha: 11. Em seguida vem a Nike, com oito seleções, apostando no Brasil como carro-chefe e grande estrela. A Adidas, patrocinadora oficial do evento, é a terceira colocada com seis seleções, vestindo dos pés à cabeça a anfitriã Alemanha. Entre as fabricantes de menor porte presentes na próxima Copa está a britânica Umbro, que veste as seleções da Inglaterra e da Suécia. As chuteiras terão patrocínio à parte, respeitando os contratos de exclusividade de boa parte dos craques da Copa.

O responsável pela criação da tradicional camisa amarela da seleção brasileira, hoje um verdadeiro ícone mundial quando o assunto é futebol, foi o desenhista e escritor gaúcho Aldyr Schlee. Aos 18 anos de idade, no ano de 1953, venceu um concurso promovido pelo jornal carioca Correio da Manhã para a escolha do novo uniforme da seleção, tendo concorrido com mais 200 participantes.

Livro: “Seleção Brasileira – 90 anos” – Veja os modelos mais modernos da seleção, com exemplares do sec. 21
“Depois do fracasso no Maracanã contra o Uruguai em 1950, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) lançou essa idéia de que o uniforme da seleção deveria ter as quatro cores da bandeira nacional, como forma de deixá-lo mais personalizado que o simples branco e azul que o Brasil utilizara até então”, explicou Aldyr.O gaúcho disse que demorou cerca de seis meses para definir como seria seu desenho, fazendo mais de cem esboços. A grande sacada surgiu após assistir a um jogo entre a Portuguesa carioca e Botafogo, no Rio. “Assustei-me quando vi que a Portuguesa usava calções verdes e camisas vermelhas. Era um escândalo para a época, pois os clubes usavam sempre a camisa com as cores do clube e os calções e meias de cores neutras, como preto, branco ou azul”.

A partir dessa constatação, Aldyr se debruçou sobre o projeto por três dias e desenhou o uniforme tradicional da seleção brasileira até hoje: o calção azul com detalhes em branco e a camisa amarela com detalhes em verde. “Sinceramente, só há pouco tempo me dei conta do significado de ter sido o criador da camisa canarinho. Na época, para mim, foi mais importante o prêmio (cerca de R$ 20 mil) e o estágio no Correio da Manhã, que foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida”, se emociona Aldyr.

Em 2004, o gaúcho foi chamado pela Nike, patrocinadora oficial da seleção, para dar as suas considerações sobre o design do uniforme verde-amarelo. “Fui muito direto ao dizer que o uniforme de 2002 era horrível. Aquela padronização em relação às outras seleções deixou claro que o mais importante ali era o interesse comercial, e não o fato de vestir o Brasil. Não era possível que o melhor time do mundo não tivesse um uniforme exclusivo, personalizado. Não sei como isso foi permitido”, definiu Aldyr.

O uniforme desse ano foi aprovado por Aldyr, pois segundo ele, “houve um resgate do original, respeitando o amarelo, que voltou a ser o ouro, e os detalhes discretos apenas na gola e nas mangas em verde”. Questionado se o uniforme pode ser mais uma boa arma do selecionado rumo ao hexa, Aldyr, que curiosamente é torcedor fanático do Uruguai, foge do assunto.

“Eu nasci a 200 m da divisa com o Uruguai, na cidade de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. Ou seja, minha ligação com o país vizinho é muito forte. Sem contar que na minha infância, a “Celeste” era o destaque do futebol mundial, sendo bicampeã mundial e campeã olímpica”, explica.

autora: Ana Luisa Bartholomeu
fonte: http://esporte.uol.com.br/

História das Copas

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