Vamos ao português?
- Manipular, mexer algo com as mãos.
- Informar, colocar algo em determinado formato.
Há uma ação humana que vai da sensação, para a emoção e desta para a reflexão em cima das outras duas.
Há códigos que precisam ser usados para haver a expressão de alguém para os demais.
Ninguém expressa emoção pura, mas algo que foi filtrado por algum tipo de código, que passou por algum tipo de reflexão. Um soco na cara por um pisão no pé é um código corporal de baixa reflexão.
Informar é o ato de manipulação de códigos de expressão para que alguém possa traduzir as suas sensações e emoções diante de algo.
Há o papel do agente da informação, que manipula os códigos para expressar a sua sensação.
O conceito de uma informação neutra, sem manipulação, é impossível, pois há uma necessidade de tradução de códigos. Mesmo que inventemos uma máquina de telepatia, as ondas cerebrais serão traduzidas por essa máquina e retraduzidas por outra que recebe. Quem desenvolver a máquina de telepatia estará formatando os códigos.
O que podemos classificar em termos de manipulação da informação é o seguinte.
Existe a informação factual, aquela em que vai se tentar ser o menos opinativo possível. E a opinativa, na qual haverá argumentos e possíveis uso de dados para sustentá-los, o que pode implicar em algum tipo de manipulação mais ou menos ética.
Em ambas há o uso de dados e fatos. E, conforme são usados, se encaixam em algumas classificações, como podemos sugerir abaixo:
Manipulação ingênua. Aquela em que o indivíduo não tem um tempo maior de reflexão sobre as emoções e os seus códigos passam uma emoção pouco trabalhada, mas não há dogmas e nem interesses;
Manipulação dogmática. Aquela em que o indivíduo defende um determinado dogma e altera os dados, em função deles;
Manipulação oportunista. Aquela em que o indivíduo de forma consciente e deliberada altera os códigos em uma dada direção, a partir de interesses individuais dele ou de um determinado grupo;
Manipulação ética. Aquela em que o indivíduo procura, ao máximo, conhecendo as suas tendências, evitar que as emoções desvirtuem os dados, em um esforço de reflexão sobre as emoções. Aberto à críticas e a alterações, quando promove algo indevido.
Ou seja, afirmar que há manipulação da informação é chover no molhado; é preciso detalhar que tipo de manipulação ocorreu, o que pede um adjetivo complementar.
autor: Carlos Nepomuceno
imagem: Eric Drooker
fonte: Webinsider