De acordo com pesquisa da Mintel, 76% dos consumidores com mais de 55 anos tendem a comprar alimentos com efeitos nutricionais adicionais, e 89% dessas pessoas concordam que vale a pena gastar mais com essas opções. “Mas 73% desses consumidores dizem que é difícil entender a informação nutricional disposta nas embalagens dos produtos. E 65% deles afirmam que os benefícios para a saúde impressos nas embalagens influenciam suas decisões de compras”, explica Stephanie Mattucci, analista global de alimentos da consultoria britânica Mintel.
De acordo com Mattucci, o desenvolvimento de produtos alimentares com base nas necessidades próprias dos idosos se torna uma questão cada vez mais urgente, uma vez que a população mundial está envelhecendo. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas com 60 anos chegará a 1,2 bilhão em 2025.
“Os nutrientes são absorvidos de modo diferente pelos idosos. Além disso, há as questões de limitações física e cognitivas, problemas dentários, dificuldade em mastigar e engolir, perda de olfato e paladar, e a solidão”, afirma Mattucci. Assim, continua ela, os desenvolvedores de alimentos deveriam ter como foco para essa parcela da população o desenvolvimento de produtos nutricionalmente densos, que são fáceis de mastigar e contemplam essas necessidades sensoriais específicas. “De fato, 21% dos consumidores brasileiros com mais de 55 anos afirmam que é difícil encontrar produtos saudáveis que são saborosos”, afirma.
Longe de estereótipos
A pesquisadora destaca ainda que os idosos de hoje são muito diferentes daqueles de 20 anos atrás, e que eles se veem como pessoas bem mais jovens do que suas idades reais, com mais vigor físico e mental. “Em termos de marketing de produtos, esses indivíduos não querem ser retratados como velhos ou subestimados. No passado, alguns produtos e anúncios eram baseados em estereótipos relacionados à idade”, diz Mattucci.
Embalagens pensadas especificamente para os idosos, com menos porções do que aquelas para famílias grandes –, também devem ser consideradas pela indústria, afirma a pesquisadora. “Além disso, já que os mais velhos podem ter dificuldade em cozinhar, os alimentos para eles devem ser fáceis de preparar e ter embalagens fáceis de abrir”, conclui.
fonte: Supermercado Moderno