Crianças e adolescentes da Classe C representam hoje 45% dos 49,7 milhões de brasileiros entre 2 e 15 anos de idade que devem ditar o rumo do mercado consumidor nos próximos 15 anos. Esse contingente ganha cada vez mais importância na economia nacional, contribuindo para diminuir o poder de compra da elite dos consumidores. Os baixos índices de natalidade e o envelhecimento da população do topo da pirâmide explicam a menor presença de crianças nas classes A (3%) e B (7%), de acordo com estudo do Data Popular. A Classe D tem 36% das crianças e a Classe E fica com 9% delas.
Esse cenário funciona como um alerta para que as marcas procurem transpor a barreira que separa o mundo dos profissionais de marketing do cotidiano do “brasil de verdade”. Falar com essa nova classe C exige um conhecimento especializado. A estratégia de negócio com esse segmento deve estar alinhada ao repertório, valores e ao vocabulário da base da pirâmide, que ainda são distantes das referências da elite brasileira.
Em menos de uma década, a participação das crianças da Classe C aumentou 12%, passando de 33% em 2002 para 45% em 2010. Nesse mesmo período, a renda individual da Classe C passou de R$ 186,56 a R$ 801,55 para R$ 304,69 a R$ 1.308,8. Hoje, a Classe C equivale a 51,9% da população, contra 38,8% em 2002. O índice deve chegar a 58,5% em 2014.
A influência das crianças no consumo segue esse rastro de ascensão. A educação, que antigamente tinha como base uma relação hierárquica claramente definida e respeitada (pais determinam e filhos obedecem), passa agora a se estruturar a partir de relação de negociação, na qual o filho expõe o seu desejo e os pais propõem uma troca, como, por exemplo, a compra de um item mediante uma melhoria em sua performance escolar ou mesmo no comportamento.
Quem são eles
Hoje, as crianças correspondem a 26,1% dos 190,8 milhões de brasileiros. São quase três adultos (62,6%) ou idosos (11,3%) para cada criança. O Estado de São Paulo abriga a maior quantidade de crianças (9,5 milhões), seguido de Minas Gerais( 4,9 milhões), Bahia (4,2 milhões), Rio de Janeiro (3,4 milhões) e Paraná (2,7 milhões). Do total, 7,8 milhões tem até dois anos, 11,3 milhões possuem entre três a seis anos, 13,1 milhões estão na faixa entre sete e dez anos, e 17,5 milhões apresentam idades entre onze até quinze anos.
autora: Janaina Langsdorff
fonte: http://www.meioemensagem.com.br