De tempos em tempos teóricos da comunicação colocam em xeque a propaganda tradicional, ora dizendo que outras áreas da comunicação como: promoção de vendas/patrocínios/eventos vão dominar os investimentos, ora afirmando que Internet veio para revolucionar e acabar com todas as mídias, reinando absoluto em um grande oceano de investimentos publicitários; mas como sempre, os publicitários estão descontentes e nem mesmo a Internet tem agradado a Gregos e Troianos.
A Internet está ai, crescendo a passos largos no número de usuários no país, com isso, cresce o número de empresas interessadas em atingir essas pessoas, pois como se sabe, a web cresce em meio as classes de maior poder aquisitivo.
Mas eu pergunto: o famoso “banner na home portal” continua cumprindo o que promete?
Ok, concordo que são milhares de impressões, mas com estimativas de cliques razoáveis. Os lucros para as agências são maiores, porém resultados para os clientes podem ser bem pequenos em termos palpáveis; entenda-se: venda direta!
Não se pode generalizar, pois cada cliente, cada produto, cada agência, tem um objetivo diferente para cada campanha colocada no ar.
O banner, fullbanner, pop-up, superbanner foram as primeiras peças de mídia online conhecidas no Brasil, porém essas mídias já chegaram quando o consumidor já estava cheio de ver tanta propaganda na TV, rádio, revista, rua, cinema…ele queria ver algo novo.
O Brasil está chegando a casa dos 40 milhões de usuários de Internet (segundo o Ibope, mas que para mim esse número é maior) e mesmo assim, as campanhas com peças tradicionais dificilmente apresentam resultados bons para os anunciantes. E como resolver isso? Inovando!
Inovar é preciso e não apenas porque “o cliente pede” mas principalmente por que o consumidor final pede, aliás, ele não só pede como exige!
Internet no Brasil existe há 10 anos; e se olharmos os consumidores há 10 anos atrás vamos perceber diversas mudanças, principalmente no comportamento de consumo. Hoje a informação está disponível a todos. Basta ter acesso ao Google.
Hoje as agências e anunciantes estão apostando em novas formas de divulgação, como os novos conceitos: no-media (mídia em qualquer lugar que fuja do tradicional, como por exemplo, o logo de uma marca de desodorante no cabide de uma lavanderia) e new media (novas mídias), o que podemos englobar tudo o que é online, independentemente se precisar ou não de acesso a web.
Novas mídias são o assunto do momento. Como já citei, anunciantes e agências estão desgastados com o “banner na home do portal”, aliás não apenas com essa forma, mas com os formatos tradicionais e quadrados dos portais, que quando geram um taxa de click (CTR) de 0,7 ou 0,8% são muito comemorados. As pessoas estão cansadas da mesmice. É preciso ser criativo e ousado para mudar, inovar. A Internet permite isso. Vamos descobrir!
A Internet é um canal de comunicação que trás inúmeras formas de entretenimento, relacionamento, comunicação, troca de experiências, dados, conteúdos.
Pode ela ser resumida em apenas banners ou pop-ups?
Aliás, eu acho até engraçado os portais comercializando nas agências e anunciantes o formato pop-up, que não são baratos por serem comprados em diárias, por outro lado, eles oferecem anti-pop para os usuários. Quem vai ver a campanha?
Felizmente há outras formas de impactar o consumidor no meio digital que não apenas nos sites da Internet, aliás, mesmo nos sites é possível impactar o consumidor com outras formas de mídia, carregadas de vídeos, imagens, sons e interatividade: Rich Media.
O celular é uma das formas de impactar e conquistar o consumidor no meio digital além da Internet, porém há Palm Tops, iPod, games, mídia de elevador, comunidades online, TV digital, marketing viral, blogs, joost, MP3, PodCast, Fóruns, Rádios online, Second Life, locais virtuais onde o consumidor passa boa parte do seu tempo se divertindo, não pensando em nada de estressante. Porque uma marca não pode lhe oferecer um serviço ou uma experiência agradável ao seu público nesse momento de descontração?
Gosto de defender novidades, novas mídias, novas formas de atingir o consumidor. O Brasil está chegando ao número de 110 milhões de celulares e poucas empresas aprenderam a trabalhar com essa mídia. E o celular tem mais uma vantagem: ele se tornou uma peça do vestuário. Tente sair de casa um dia sem seu aparelho e veja como a sua vida muda radicalmente.
São interessantes campanhas onde o consumidor compra um produto e manda por SMS o código de barras para concorrer a prêmios, aposto que dão excelentes resultados aos anunciantes e que o envio de SMS deve quase pagar o custo da campanha, mas para mim, isso nada mais é que uma evolução do “envie a sua carta com 5 códigos de barra para a caixa postal xxxxx e concorra a muitos prêmios”. Mas há outras campanhas para celulares que valem a pena participar e analisar, pois são muito bem feitas e que trazem retornos excelentes para os anunciantes.
O profissional de mídia online tem que pensar no comportamento do consumidor durante o dia. Lembro de ter assistido a uma aula onde o palestrante mostrava uma linha do tempo.
Essa linha mostrava o dia de um executivo, que acordava de manhã com o despertador do seu celular, ia para o trabalho ouvindo iPod; no elevador era impactado por uma mídia digital, chega na sua mesa, abre o MSN, acessa o orkut, descarrega as fotos do seu celular no computador, lê portais de notícias, abre seus e-mails (isso quando ele não acessa seus e-mails ou mesmo portais da Internet do seu celular/smartphone). Durante o dia ele usa o celular para ligar, enviar SMS; usa a Internet para pesquisas nos buscadores e pode até baixar MP3 ou algum programa em PodCast para seu iPod. No final do dia, ele volta para casa e acessa seu computador pessoal, pois na TV não há nada de útil; aliás, alguns teóricos acreditam que o maior causador da queda de audiência da Rede Globo não são suas concorrentes, são: Tv a Cabo e a Web.
Enfim, hoje, as pessoas estão atrás de novidades, de tecnologia. Celulares com câmera, acesso a Internet, iPods, Palm tops, comunidades online. O consumidor que ver e ser ouvido, quer participar e gasta dinheiro para tornar isso possível, basta agora as empresas saberem trabalhar de formas diferenciadas e atingir o seu consumidor onde ele está.
As marcas devem ser artistas, ou seja, devem dar shows para ficar na mente e no coração do consumidor, e como o grande Milton Nascimento profetizou: “todo o artista tem que estar a onde o povo está…”
autor: Felipe Morais
fonte: Grupo de Mídia