No mês de Abril, a empresa Consultoria & Conhecimento apresentau a primeira pesquisa sobre o Mercado do Luxo no Brasil, sendo esta, portanto, a primeira pesquisa do segmento na América Latina. O estudo foi realizado em parceria com a empresa alemâ GFK Indicator, o quarto maior instituto de pesquisa do mundo.
A pesquisa foi aplicada entre setembro de 2006 e janeiro de 2007 e teve a participação de 68 empresas nacionais e internacionais com operação no Brasil.
Com o objetivo de mensurar o tamanho do mercado do Luxo brasileiro, conhecer os investimentos realizados, perspectivas para 2007 e desenvolver uma cultura de coleta de dados e informações que auxiliem o gerenciamento profissional do mercado, minha empresa MCF se juntou à GfK Indicator nesta pioneira iniciativa na América Latina.
Nós traçamos o perfil das empresas do universo do Luxo do país, coordenamos os contatos com as empresas selecionadas e ajudamos na elaboração dos questionários utilizados para a pesquisa, que foi totalmente realizada através de um site exclusivo. A GfK ficou responsável pela metodologia e análise da pesquisa.
Como o comprometimento esteve presente durante toda a realização da pesquisa, as empresas participantes foram as primeiras a conhecerem os resultados e as análises referentes a esta pesquisa.
As empresas que participaram desta primeira pesquisa, em unanimidade, já demonstraram interesse na edição 2007/2008 e as empresas não respondentes já demostraram o desejo de participar da nova Pesquisa. Ou seja, a expectativa é de que haja um número ainda maior de participantes para esta próxima edição. A MCF e a GfK expandirão ainda esta iniciativa para Argentina, Chile e México, passando a ter a liderança na análise dos dados do setor na América Latina já neste ano de 2007/2008.
O mercado brasileiro para o Negócio do Luxo é muito promissor e ainda se encontra em fase embrionária. Quando comparado aos países também emergentes, como Rússia, Índia e China, o Brasil ocupa uma posição tímida. Esses países têm mantido taxas de crescimento que ultrapassam o percentual dos 45%. Mesmo assim, o crescimento do mercado do luxo em 2006 (17%) é significativo se comparado ao do PIB brasileiro (3,7%).
A constatação é que o Brasil ainda foi pouco explorado por empresas internacionais e que o cenário do negócio nacional, em sua grande parte, é “made in Brazil”, com 60% de empresas nacionais participantes.
Mas temos um outro lado também, o do Luxo brasileiro que começa a ganhar espaço fora dos limites territoriais, o que reforça a globalização do mercado e a evolução da qualidade dos produtos e serviços brasileiros, que ganham robustez num mercado tão competitivo.
O faturamento do mercado do Luxo em 2006 foi de US$ 3,9 bilhões, o que representa cerca de 1% do faturamento do mercado mundial e um crescimento de 32% se comparado ao ano anterior. No mesmo ano, o investimento brasileiro foi de US$ 680 milhões, 62% a mais que 2005. Deste total, 24% da verba foi alocada na área de comunicação e 20% na expansão do negócio. Assim como em outros paises, o perfil do executivo do negócio do Luxo ainda é predominantemente masculino, mas diferente do restante do mundo, o executivo de Luxo brasileiro é jovem. Aproximadamente 73% dos executivos têm entre 31 e 50 anos. Este dado coloca o Brasil em uma situação privilegiada de gerenciamento contemporâneo.
Outro resultado importante se refere às cidades que tiveram maior crescimento do negócio do Luxo. Só em São Paulo esse mercado cresceu 74% em 2006; no Rio, 32%; em Belo Horizonte e Porto Alegre, 21%; e Curitiba e Distrito Federal, 16%. Vale ressaltar que para os próximos anos cidades do Norte e Nordeste brasileiro começam a surgir como destinos de investimentos e crescimento.
Mas o grande inimigo da expansão e implantação do negócio do Luxo no Brasil, como não poderia deixar de ser, se deve à tributação. Entre todas as empresas, 70% consideram este o principal obstáculo e 44% têm dificuldade de importação e colocam este como o segundo maior entrave. Esses dois primeiros obstáculos que dominam a importância, sugerem uma reflexão profunda sobre passos e ações que as empresas que atuam no segmento precisam tomar perante aos órgãos oficiais. Os entraves tributários e alfandegários barram o crescimento e o vigor de uma atividade que tem mantido taxas de crescimento em faturamento e empregabilidade.
autor: Carlos Ferreirinha
fonte: Mundo Marketing