Mais da metade dos brasileiros das classes D e E possui telefone móvel, aponta levantamento divulgado ontem pela empresa de pesquisas de consumo LatinPanel.
De acordo com o estudo, 53% dos estratos mais pobres da população tinham um celular no fim do ano passado. Em 2006, esse número era de 39%. Da mesma forma, as operadoras de telefonia móvel também avançaram na classe C, onde a adesão subiu de 59% para 70% de um ano para o outro.
O crescimento do serviço entre os brasileiros de menor poder aquisitivo já era esperado. O que chama a atenção foi o tamanho dessa expansão ao longo de 2007.
No ano passado, as operadoras habilitaram 21 milhões de celulares, elevando a base total no país para 120,9 milhões. Segundo informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a adesão da população brasileira ao serviço subiu de 53,2% para 63,6%.
Esse percentual continuará crescendo, mas é difícil prever até onde poderá chegar, afirma Margareth Utimura, diretora de atendimento e inovação da LatinPanel. “É difícil mensurar o potencial porque o telefone móvel, em alguns casos, vem substituindo o fixo. Vai depender um pouco de como as operadoras fixas vão reagir.”
A expansão entre consumidores de menor poder aquisitivo é desejada pelas operadoras, mas impõe desafios às empresas. Por um lado, trata-se da fatia da população em que ainda existe espaço para avançar – e isso é importante porque proporciona escala, o que significa custos menores.
Entretanto, o efeito colateral é a queda na receita média gerada por usuário. Segundo a pesquisa, o gasto mensal dos adeptos dos celulares pré-pagos (que representam 85% da base de telefonia móvel do país) caiu 13% no ano passado, para R$ 11,60. Enquanto isso, a receita dos usuários de pós-pagos aumentou 6% e chegou a R$ 68,31.
autora: Talita Moreira
fonte: Mercado Competitivo