Grandes empresas já perceberam que a saudade é um mercado promissor, impulsionado pelo desejo de consumidores de resgatar sua memória afetiva que ficou no passado. Enxergando nesse sentimento uma oportunidade de negócio, as marcas têm feito investimentos em um design retrô característico ou mesmo relançando alguns sucessos de vendas de décadas passadas. A Nestlé atendeu ao pedido de consumidores e iniciou edições especiais do chocolate Surpresa, em formato de ovo de Páscoa, além do biscoito Deditos. A receita do sucesso veio na esteira do Lollo, marca que também foi retomada. A Granado também investiu no resgate de cores e cheiros para impulsionar seus resultados.
Já a fábrica de brinquedos Estrella recebe cerca de 1.500 sugestões de relançamento de produtos, por ano. A empresa, este ano, vai relançar o boneco Falcon, a Moranguinho e a boneca Guigui.
— O nosso negócio vive de lançamentos e renovação. São 250 novos itens por ano, esse é o oxigênio. Mas, por outro lado, nosso consumidor vai se deslocando com o tempo. O interessante é contar com o aval de “embaixadores” dentro dos lares, aqueles que brincaram com nossos produtos — observa Aires Fernandes, diretor de marketing da Estrella.
Para a jornalista Andrea Machado, de 35 anos, a coleção da boneca Moranguinho também vai inspirar o quartinho da filha Júlia, que está a caminho. Andrea está grávida de 7 meses.
— As minhas, eu guardei. Elas têm o cheirinho até hoje. Cheirinho de infância.
Para especialistas, a estratégia de investir no retrô deve vir acompanhada de planejamento das marcas.
— Usar isso como produto nostálgico é uma coisa, mas deixando claro que é uma empresa contemporânea trabalhando nostalgia, e não uma empresa velha. Você passa a ideia de um produto clássico, e não velho. É bem diferente — Marcelo Pontes, professor de Marketing da ESPM.
Edição limitada é estratégia
O mercado de varejo não contabiliza os resultados das vendas com os produtos relançados, e as fábricas guardam a sete chaves o lucro com esta estratégia de marketing. Para o professor de Marketing da ESPM Marcelo Pontes, o lançamento de edições limitadas de certos produtos pode vir acompanhado de preços mais salgados, por conta do apelo da exclusividade.
— E essa história de lançar com edição limitada é um argumento para testar. Para não se comprometer demais e ainda poder dizer (se houver sucesso) que o produto continuará “atendendo a pedidos”. E, se lançar e não fizer tanto sucesso, pode-se retirar do mercado — avalia.
Se depender do estudante Pedro Carvalho, de 21 anos, os sabonetes e colônias que lembram o avô e o pai vão continuar nas prateleiras por um bom tempo.
— Meu avô usava quando jovem, e venderam bem até a década de 70, 80, quando meu pai usou. Abriram uma loja com esse apelo retrô perto de casa e começamos a comprar lá novamente.
autora: Pollyanna Brêtas
fonte: Jornal EXTRA
NOTA IFD: Cheguei a comentar no meu perfil no Facebook, logo que soube do relançamento do Falcon, o quanto a geração que pertenço é saudosista. Perdemos só para os hippies e a Jovem Guarda. Viram como eu não falava à toa 😉
Respostas de 2
Caracas, o Falcon é considerado “antigo”… E eu que vários anos antes do Falcon comprei (eu não, minha mãe comprou pra mim) no mesmo Mappin o Action Man importado no qual o Falcon nacional se baseou…
Quando o Falcon saiu eu já não brincava mais de boneco. Putz, sou jurássico!!
rs, é o tempo passa que a gente nem da conta 😉