Muito tem se falado em Gamification, mas afinal o que ele significa?
Gamification é usar mecânica de games (pontos, premiações, badges, competições e status) em ambientes fora do contexto dos games (non-game applications) para estimular a participação e engajar pessoas. Ou seja, o objetivo aqui é transformar algo “chato” em algo mais envolvente e divertido através dos elementos dos games.
Vale lembrar que Gamification, ou gameficação no bom português, não é o mesmo que advergames, social games ou um game online. Vamos pensar no Foursquare, rede social baseada na geolocalização, que estimula as pessoas a darem check-in nos lugares em troca de badges. Este é um exemplo mais simples de como usar técnicas de games pode engajar os usuários em torno de uma ação.
E quer saber, aposto que você já “gameficou” alguma coisa em sua vida – principalmente na infância!
Imagine você quando criança, voltando da escola. Quantas vezes você já desafiou os amigos a só pisarem no branco da faixa de pedestre, por exemplo? Isso deixava o caminho para casa muito mais divertido! Ou quantas vezes você já criou cenários de faz de conta, com regras e desafios para serem superados? Alguma semelhança com as famosas brincadeiras de rua?!
Mas não precisa ser criança para gamificar algo.
Nas suas tarefas do dia a dia, por exemplo, há metas para serem superadas e nada mais comum do que acompanhar sempre o seu progresso para ver o resultado, certo? Você já pensou como poderia deixar essa tarefa menos “chata” para se tornar algo desafiador, divertido e envolvente?
Quer mais um exemplo? Como aplicar o gamification na educação?
Recentemente ouvi de uma mãe que para educar seus filhos ela utilizava algumas “técnicas” bem interessantes. Ela me disse que não queria somente escolher um certo valor em dinheiro e dar como mesada para seus filhos. Foi aí que ela propôs uma mesada baseada em atividades como ler livros, estudar idiomas, praticar violão e fazer dever de casa. Assim, para cada atividade realizada no mês, os filhos recebem uma certa quantia de dinheiro.
No final do mês cada um dos filhos recebe uma quantidade diferente de “mesada”, mas eles sabem o porque está ganhando aquele dinheiro, então isso passa a ter um maior significado para eles. Isso é gamification aplicado na educação dos filhos!
O que quero mostrar aqui é que o conceito de gamification pode ser aplicado em tudo.
Desde ações de marketing e comunicação, até mesmo nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, finanças, entretenimento e e-commerce. Com as inúmeras possibilidade de interação que a internet e as redes sociais proporcionam, o gamification neste cenário fica ainda mais forte.
Portanto, mais do que nunca, o gamification está aí para atrair pessoas e engajá-las em torno de algo. Criar envolvimento e interação para deixar o dia a dia das pessoas mais divertido.
Como utilizar o gamification estrategicamente para aumentar o envolvimento com a marca?
Vamos ver como o conceito de gamification pode ser utilizado estrategicamente para aumentar o envolvimento das pessoas com as marcas.
Primeiro, vale lembrar que somente acrescentar elementos visuais do jogo no site da marca e distribuir badges sem nenhuma lógica, por exemplo, não significa uma estratégia de marketing para aumentar o envolvimento.
Para ser estratégico, o gamification deve:
1) Focar no comportamento
O Google, por exemplo, aplicou o gamification no Google News e está distribuindo badges de acordo com o comportamento do usuários. Ou seja, quanto mais o usuário lê sobre determinado tema, mais medalhinhas e distintivos de ‘grande entendedor do tema’ vai ganhando.
2) Focar na III Lei de Newton – para cada ação há uma reação!
A ideia é: se a pessoa interage com um dispositivo, esse dispositivo reage a ela. Quer um exemplo?
A máquina de reciclagem do projeto The Fun Theory funciona como se fosse um fliperama – para cada garrafa depositada, a máquina emite um som. E a recompensa neste caso, são os milhares de sorridos por fazer algo ao mesmo tempo divertido e ecológico.
3) Focar na Lei do Esforço e Recompensa
As pessoas estão mais propensas a se envolver com uma marca (visitar o site com mais frequência, cadastrar, compartilhar com amigos) quando há recompensas para suas ações. E quanto mais você oferecer recompensas que são progressivas, maior o interesse e desejo das pessoas.
No aplicativo GetGlue, a cada 5 ckeck-ins que você der em determinado show ou seriado (esforço), por exemplo, você recebe um sticker de fã (recompensa). A cada 20 stickers (adesivos) acumulados, você pode solicitar recebê-los em casa – a experiência sai do virtual para o real!
4) Contar uma história
Contar uma história é a base para todo o desafio. Mas não significa necessariamente que você deverá criar heróis, vilões, personagens e cenários complexos. É importante pensar no visual que seja coerente com o contexto e narrativa que você deseja passar para seus usuários.
O Dengueville, game social para Facebook e Orkut, utilizou o conceito “Agora é Guerra” para o lançamento da segundo versão do game – o Dengueville em Guerra. Dentro do contexto da guerra os usuários são motivados a cumprir desafios e passar suas batalhas do virtual para o real.
5) Ser desafiante
Desafio é algo que motiva as pessoas para atingir seus objetivos. Ofereça sempre que possível diferentes missões, de curto a longo prazo para envolver as pessoas com a marca. Missões que ligam os participantes com seus amigos para atingirem os objetivos em conjunto também é uma ótima opção!
No aplicativo Seu Ouvido Vale um Chip da Tim, por exemplo, os usuários podiam desafiar seus amigos que estavam online ou offline no Facebook e no Orkut. Quem fizesse o melhor tempo ganhava a disputa e quando completasse 3 vitórias recebia em casa um chip TIM BETA.
6) Celebrar o progresso
Ao completar um desafio, uma missão ou algum objetivo específico é importante além de recompensar o usuário, mostrar seu progresso através de rankings ou barra de progresso. Quando há rankings o engajamento dos participantes na dinâmica é muito maior. Isso acontece porque para o usuário é motivador subir de nível e poder comemorar e compartilhar com os amigos.
Na comunidade Nike Running os corredores podem se inscrever em desafios e acompanhar seu progresso e de outros corredores através de rankings.
7) Surpreender sempre
Surprender as pessoas com algo inesperado é sempre uma ótima escolha quando falamos de gamification. O interesse pelo fator surpresa gera envolvimento e tem o poder de viralização.
Um bom exemplo foi a badge surpresa “World Cup 2010? do Foursquare, que era distribuída baseada no que o usuário estava dizendo ou fazendo. Por exemplo, quando as pessoas imitavam o som da vuvuzela (“zzzzz”) pelo Foursquare, elas ganhavam a badge World Cup 2010.
autora: Prí Loredo
fonte: Dito
Respostas de 2
muito claro o entendimento. obrigada
Parabéns! Muito obrigado pela partilha de conhecimento no assunto. Sucesso nas atividades.