Skeumorfismo (ou esqueumorfismo) é um conceito muito usado em projetos de design, mas em seguida, tornou-se o conceito mais odiado em design, e agora parece que ele voltou dos mortos. O Skeumorfismo permite aos designers ajudar os usuários através de curvas de aprendizagem a tomar decisões/ações.
O “lata de lixo” é, talvez, o objeto skeumorfico mais reconhecido pela maioria. Embora o ícone do bom e velho “salvar” é também um objeto skeumorfico mas com o desaparecimento do disco flexível – hoje ele já não faz tanto sentido.
O Skeumorfismo começou a tomar forma na década de 1980. Um de seus primeiros defensores foi Steve Jobs, da Apple. A idéia era simples; interfaces de computador seriam muito mais intuitivas para os usuários se o design skeumorfico foi aplicado.
O lixo possibilita um entendimento fácil aos usuários, que captam logo a ideia que tudo que não querem mais em seus computadores podem ser jogados fora naquele lugar. Você também pode mover arquivos para pastas (outra ação equivalente ao real). Isso significava que não teríamos dificuldade de completar certas ações ao usar um dispositivo pois teríamos algo a confrontar com o que fazemos no nosso cotidiano na vida real.
James Gibson, um psicólogo ambiental uma vez sugeriu que percebemos o mundo como um conjunto de “affordances”. Um affordance (podemos traduzir como “reconhecimento) é um objeto que a forma já sugere o seu uso. As affordances mais comuns citadas incluem maçanetas e botões. O Skeuomorfismo também representa “affordances percebidas”. Ele se encaixa com a nossa interpretação natural de objetos, mas em um mundo digital.
O Problema com o Skeumorfismo
O Skeumorfismo ajudou toda uma geração através da curva de aprendizado a se confrontar com uma nova era digital. Mas, este conceito começou também a nos engessar. Nos tornou familiarizado com os conceitos e eles entraram na linguagem de nossas vidas do dia-a-dia, mas o design skeumorfico levou usuários a deixarem enormes quantidades de lixo em sua área de trabalho. Eles trouxeram muitas coisas inúteis para nossos computadores que já não eram são necessários.
Hoje já existe uma geração inteira lá fora que nunca conheceu um mundo sem computar. A metáfora visual não é tão necessária agora.
O Aumento do uso do Design Plano (Flat Design)
Em 2007, a revista Forbes anunciou a morte de skeumorfismo. A Apple, que logo foi seguida pela Goole, tinha trazido uma “nova” forma de design – o design plano ou flat design.
O design plano determinou que as interfaces gráficas (GUIs) deveriam ser livres da desordem. Não havia a necessidade de bordas chanfradas, gradientes, reflexos e o skeumorfismo. A interface digital deveria ser explorada por suas próprias forças.
O visual mais claro foi colocado como a vanguarda no design. Se você usa o Windows 8, por exemplo, você verá que o botão de “iniciar” traz um exemplo de design plano. Todos esses ícones se foram e eles foram substituídos por blocos – blocos que lhe trazem dados reais, tanto em formato escrito como gráfico – eles podem ter maiores níveis de complexidade na interface mas sem comprometer a experiência do usuário.
É claro, o Windows 8 não foi amado por todos, mas com certeza pode ter algo a ver para que a transição entre a velha e a nova experiência e entendimento do usuário com o sistema não fosse tão dramática.
O iOS 7 era salto da Apple no mundo do design plano e foi, a partir de uma perspectiva de aceitação do consumidor, de muito mais sucesso do que a Microsoft. Isso pode ter um pouco a ver com o público da Apple comparado com o público mais sério e de mais idade da Microsoft. A abordagem minimalista do iOS 7 foi saudada como uma obra de gênio. O skeumorfismo foi declarado morto e o novo design plano metafórico, rico e que era o caminho a ser seguido.
Podemos dizer que o skeumorfismo e o design placo não são tão distante entre si. Um ícone de câmera, por exemplo, ainda é exibida na câmera de funcionalidade do iOS7. Pode ser um ícone de câmera um pouco menos realista do que seria feita e usada no passado, mas o design plano não está substituindo tanto o skeumorfismo.
O Retorno do Skeumorfismo
Aqueles que declaram a morte antecipada do skeumorfismo deveriam ter tido um pouco mais de cautela. Talvez naquele momento o raciocínio parecia ser lógico – smartphones e tablet eram afinal apenas a extensão dos computadores que conhecíamos na época. Mas então algo mudou – o relógio inteligente chegou ao mercado.
Os relógios não tem sido uma parte tradicional a ser seguida pela computação. Na verdade, os relógios inteligentes tem sido encarado ultimamente com um certo ceticismo, até mesmo com desdém.
Telefone, tablets, computadores, laptops até podem fazer uma ligação com a moda, mas para a maior parte das pessoas e do tempo a coisa não é bem assim. Já o relógio inteligente é diferente.
Para incentivar o uso destes relógios inteligentes, os fabricantes precisam convencer o público a desistir dos velhos relógios. Parecia bem improvável que Rolez, Tag Heuer, Breitling, Patek Philipe, etc batendo seus sapatos preocupados que o novo relógio inteligente seria um totalmente digital.
O Skeumorfismo mais uma vez foi utilizado. A aparência dos relógios inteligentes são projetados para imitar a experiência de um relógio analógico. Assim, quem utiliza vai olhar a hora do mundo real e o digital também está lá como um só.
Podemos argumentar que o relógio inteligente é um objeto skeumorfico. Mas na verdade ele é um computador que você usa em seu pulso. Os projetos atuais destes relógios com certeza estão sendo feitos para que a transição para um novo design realmente inovador para estes objetos seja mais suave.
Deixe Fluir
Tendências de design vem e vão. O Skeumorfismo pode ser sim muito útil. Ele também pode ser levado muito longe. O design plano surgiu em resposta ao longo uso do skeumorfismo. A tendência atual nos relógios inteligentes é seu retorno, mas por quanto tempo?
Referência
– Check the IDF course on Affordances
– The BBC takes a long look at the history of skeuomorphism in devices
– Kelsey Campbell-Dollaghan argues the case for the permanency of skeuomorphism in design
– The Next Web examines the contrast and debate over flat design vs. skeuomorphism here
– Forbes’ premature celebration of the end of skeuomorphism can be found here
– Fast Company examines the rise of skeuomorphism on the wrist
autor: Klaus Gottling
fonte: Interaction Design
tradução: Iris Freitas Duarte
Uma resposta
Skeumorfismo evolução incomparável .
Software veio a tona com atualização para facilitar o desempenho do usuário.