O design não pode ser visto somente como uma ferramenta estética, é mais do que isso é a ferramenta da inovação, da competitividade das empresas, da estruturação das suas marcas e da inserção do Brasil como produtor de imagens e bens reconhecidos no mundo.
Neste processo o designer tem que adequar seu discurso para a complexidade desta ação onde é necessário ter uma visão integral e global da interferência desta ferramenta no processo criativo, propondo estratégias e políticas que integrem a empresa/fornecedores junto ao consumidor.
A Gestão do Design está formulada como uma modalidade de pensamento e de ação, destinada a recuperar o protagonizmo do design no marco da nova tipologia dessas mutações que se produzem nos fatores sociais, culturais, econômicos e tecnológicos.
A Gestão do Design sugere um ponto de vista ampliado, integrador e interativo com todas as instâncias que conformam o processo projetual. Esta se desenvolve num contexto que está conformado por três tramas sobrepostas: a sociedade, o mercado e a empresa. Esta última constitui o entorno dentro do qual acontece o ofício do designer, o ato de projetar, independentemente se feito por consultoria ou dentro da sua organização. O mercado é o âmbito no qual a empresa atinge seus objetivos. A sociedade fornece suporte tanto para o mercado como para a empresa, originando seu próprio programa de necessidades, que nem sempre coincide com os objetivos da empresa. Isto é assim porque existem setores sociais que pela baixa capacidade de consumo não são de interesse para o mercado, embora, o contexto social exerça cada vez mais pressão sobre as exigências de consumo. Um exemplo recente é a pressão sobre as propriedades ergonômicas e ecológicas dos produtos industriais, que nos países europeus já se incorporaram nos programas de design nas marcas mais importantes, assim como nas principais normas internacionais.
Se propuséssemos uma definição de Gestão do Design em termos atuais, poderíamos afirmar, em grande parte, que é o conjunto de atividades de diagnóstico, coordenação, negociação e design que comparecem tanto na atividade de consultoria externa como no âmbito da organização empresarial, interagindo com os setores responsáveis da produção, da programação econômica-financeira e da comercialização, com a finalidade de permitir uma participação ativa do design nas decisões dos produtos.
A compreensão desta problemática e da necessidade de inserir este conhecimento no dia-a-dia do designer colocará o design como disciplina decisória para o desenvolvimento da inovação no Brasil tornando os produtos e serviços mais competitivos no mercado e porque não, ajudar na própria empregabilidade dos profissionais de design.
autor: Luis Emiliano Avendaño
fonte: dezine