O usuário – principal causa do sucesso desse meio – é o componente mais importante, pois qualquer sistema de computador é construído em virtude dele. Do ponto de vista do usuário, pouco importa a complexidade interna do sistema, o que interessa para ele é somente o que é visto e o que pode ser feito, ou seja, as partes externas do sistema.
O sistema está diretamente relacionado aos aspectos técnicos de análise e programação. Isto é, as operações realizadas de forma correta e adequadas para seu funcionamento e que são transparentes ao usuário. Do ponto de vista da informática, a engenharia de softwares e de sistemas destaca-se como disciplina interessada em sistematizar e desenvolver métodos, técnicas e ferramentas que permitam implementar e desenvolver funcionalidades de um sistema web.
A interface é responsável por uma parte fundamental do sistema, a parte visível para o usuário, através da qual ele se comunica para realizar as tarefas desejadas. Quando bem projetada, pode tornar-se uma fonte facilitadora e, dependendo de suas características, uma grande ferramenta para o usuário. Caso contrário, pode transformar-se em um ponto decisivo na rejeição de um sistema, na limitação de uma ferramenta ou na execução de tarefas.
A função projetista de interfaces, ou designer de interfaces, surgiu praticamente com o amadurecimento do meio digital, passando a responder por resultados econômicos e qualitativos. Um projetista de interface é responsável basicamente por três atributos de qualquer interface: formato e densidade informacional, a localização desta informação na interface e o modo de interação com o usuário.
O projetista define onde se localizará determinado componente em função da sua pertinência e relevância de acesso, a densidade desse componente orientada às limitações cognitivas dos seus usuários e onde –especificamente – ele estará na interface.
As atividades de um projetista não se resumem a produções massivas de arquiteturas ou, como costumamos chamar, wireframes. Incluem entender a lógica de navegação do ambiente, fomentar acesso às páginas menos acessadas e a conteúdos relacionados, orientar a navegação do usuário, estabelecer zonas de apoio à sua interação e até modificar nomenclaturas de zonas de salto, garantindo interfaces mais intuitivas e orientadas ao usuário.
O projetista de interface não atua somente no início do processo de desenvolvimento. Ele valida cada etapa finalizada, observando o formato de comunicação estabelecido pelo diretor de arte, a consistência das interfaces replicadas pelo webdesigner e até o peso das páginas suportadas pelo usuário do ambiente. Ele executa testes de interação, observação de campo e levanta tendências comportamentais de cada perfil de usuário, com o objetivo de contemplar todas essas premissas nas interfaces que vão sendo desenvolvidas.
Se a interface tem o principal objetivo de dar suporte à tomada de decisão do usuário, o projetista faz com que essa ação não seja equivocada ou acidental. É preciso evitar a evasão do usuário em qualquer momento.
O tempo de acesso do usuário, a relevância do serviço prestado pelo ambiente e uma avaliação do contexto em que o usuário está inserido são algumas premissas a serem observadas nesse trabalho, constituído de muita pesquisa, planejamento, cuidado e extremo bom senso.
Tudo isso é trabalho do projetista de interface (ou designer de interfaces; não importa o nome, pois o trabalho não diminui). Agora que você já sabe que esse profissional é responsável – praticamente – pela tomada de decisão do “seu” usuário (o famoso clique), eu pergunto: sua empresa já tem um?
materia de Renato Rosa