Mercado exige profissionais cada vez mais multitarefas
Os salários dos profissionais de Marketing brasileiros mantiveram-se estáveis no último ano, de acordo com a edição 2011 – 2012 do Guia Salarial elaborado pela Robert Half, empresa especializada em recrutamento, e disponível no Mundo do Marketing. Em contrapartida, posições de vendas registraram um crescimento.
Enquanto em 2010 um Diretor Comercial recebia a partir de R$ 14 mil, no caso de pequenas e médias empresas, este ano, o valor passou para R$ 16 mil, segundo o levantamento. O ranking é resultado de uma média dos profissionais entrevistados pela Robert Half, principalmente no eixo Rio-São Paulo, e considera como empresas de médio e pequeno porte aquelas que faturam até R$ 500 milhões por ano.
Em São Paulo, as maiores contratações em Marketing ficaram por conta, principalmente, do e-commerce, cada vez mais aquecido. “O varejo eletrônico é mais forte em São Paulo. No Rio de Janeiro há dois grandes grupos: Hermes e B2W. Em São Paulo, o mercado é pulverizado por empresas menores”, explica Jorge Martins, Gerente de Recrutamento e Vendas da Robert Half, em entrevista ao Mundo do Marketing.
São Paulo concentra mais oportunidades
Por outro lado, o Rio vem se destacando em setores como o de construção civil e óleo & gás, que têm remunerado bem os profissionais, tanto de venda, quanto de Marketing, principalmente do ponto de vista de planejamento estratégico. Mas é em São Paulo que ainda estão concentradas a maioria das oportunidades. “Em geral, 30% das vagas de São Paulo são de Marketing. No Rio, esse número é de 10% a 12% dentro de todo o portfólio”, conta Martins.
Para quem inicia uma carreira, os salários de Marketing continuam praticamente os mesmos. Um analista pode receber de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil em uma empresa de pequeno ou médio porte, o mesmo valor observado em 2010. Em grandes companhias, no entanto, houve um ligeiro aumento. No último ano, os salários ficavam entre R$ 3,5 mil e R$ 5,5 mil. Agora, a média é de R$ 4 mil a R$ 6 mil, nos dois primeiros anos, podendo chegar a R$ 11 mil para profissionais de mais de 10 anos de empresa.
O mercado competitivo, entretanto, exige profissionais multitarefas. “De forma genérica, pessoas muito focadas dentro de uma área só, com pouca experiência no currículo, têm tido dificuldade para se posicionar e crescer na carreira. Orientamos agregar mais áreas de trabalho dentro da própria função e buscar mais informações para aumentar o escopo de visão”, conta Martins.
Foco no aprendizado
Além de investir no conhecimento, quem almeja conquistar os melhores salários do mercado também deve colocar os pés no chão. “Em um primeiro momento, é importante não questionar a posição salarial da empresa. Percebemos em algumas pessoas o interesse de crescer rápido, sem ter densidade de conhecimento, quando o foco deveria ser no aprendizado”.
A boa notícia é que, ao contrário das economias maduras, o mercado brasileiro não deve desacelerar com a crise. No último ano, posições em mercados como o de óleo & gás, por exemplo, tiveram um crescimento de 20%. O mesmo foi observado em planejamento estratégico, especificamente no Rio de Janeiro, que viu as contratações aumentarem de 10% a 15%, enquanto em São Paulo, na área de e-commerce, o número de novos profissionais expandiu em torno de 10%.
“O Brasil está preparado para um momento de crise. Não acredito que haverá mudança salarial e também não observamos uma tendência de diminuição, mas sim de profissionais multitarefas, que conseguem até substituir algumas pessoas dentro da empresa. Esperamos que os profissionais continuem querendo aprender mais, principalmente no início, para poder colher frutos no futuro e tornar a carreira sustentável”, diz Martins, da Robert Half.
autor: Sylvia de Sá
fonte: http://www.mundodomarketing.com.br