O cara chegou pra esposa e disse:“Mulhé, faz uma fantasia pra mim que sexta tem baile no trabalho e eu quero abafar.”
No dia seguinte o cara chega e em cima da sua cama tem uma fantasia do Super-Homem, com capa e tudo, que sua esposa fez na medida.
E ele reclama:
“Cê tá maluca, mulhé? Eu sô preto! Cumé que eu vô de Super-Homem? Já viu Super-Homem preto, sua cretina? Trata de fazê outra fantasia pra amanhã.”
No dia seguinte, ele chega e tem uma fantasia do Batman, que a mulher fez com a maior dificuldade, mas no capricho.
E ele mais uma vez:
“Vai sê burra no inferno, porra! Por acaso cê já viu Batman preto? Se eu vesti essa merda, todo mundo vai me gozá!!! Faz outra fantasia, que a festa é amanhã e eu quero tá nos trinque!”
Quando chega em casa, depois do trabalho, ele vê três botões brancos bem grandes em cima da cama, um cinto branco e um pedaço de pau.
Não entendendo nada, ele pergunta pra mulher:
“Que porra de fantasia é essa?”
Ela responde:
“Você tem três opções:
1ª.) Pode colocar os botões no peito e ir de dominó.
2ª. ) Pode colocar o cinto branco e ir de biscoito negresco e,
3ª.) se não gostar de nenhuma das duas, enfiao pau no rabo e vai de Chicabon.”
Uma coisa tem me deixado intrigado: vejo notícias de vagas para estagiários ou recém formados. Quase todas – ou todas – recomendando o envio de currículo.
Morro de curiosidade para saber: quais os critérios adotados para julgar esses currículos? O jovem está começando, mendigando uma oportunidade.
Não tem nada a colocar no currículo, já que tem zero de experiência.
Muitas vezes, nem currículo sabe fazer.
Então, começa a chutar.
Você e eu sabemos que na nossa profissão vale o talento, o que estamos fazendo e o que somos capazes de fazer agora. O resto não passa de lero-lero.
Daí porque o portfólio é mais importante do que tudo.
Minha vivência na Universidade tem mostrado que grande número de estudantes passa pelo Curso dse Comunicação, sem a menor preocupação com o futuro.
A gente fala, recomenda, avisa, e eles não estão nem aí.
Outro dia, interpelado por mim, um desses alunos me respondeu:
“Portfólio pra que? Eles não pedem isso. Querem um currículo.”
Acho que as pessoas encarregadas de arregimentar novos profissionais no mercado têm uma enorme responsabilidade.
Têm de exigir – e saber analisar portfólio. Têm de saber analisá-lo para perceber o talento do candidato. E têm, aí sim, de entrevistá-lo para descobrir se o portfólio é dele mesmo.
“Mas o portfólio só serve para avaliar o pessoal de criação”, alguém pode alegar. Ledo engano.
É só você exigir que ele seja completo: com brief e planejamento.
Claro que ao fazer isso, você reduz o número de candidato. Sorte sua. Você já sai eliminando que não está preparado.
Neguinho não se preparou no Curso? Pois que se prepare agora.
É gente que se você não agir assim, vai fazer que nem a mulher daquele cara da história.
Vai colocar sobre sua mesa um monte de coisas sem sentido para que você monte o quebra cabeça.
autor: Elóy Simões
fonte: Acontecendo Aqui