Desde que meus bigodes ficaram brancos, não acredito mais em tudo que vejo (principalmente nas mídias sociais, na imprensa, na internet…). Por isso tentei contato – e não consegui – com Tatiana Rocha, usuária do Facebook que publicou prints de tela de uma conversa com uma possível cliente pelo WhatsApp. Mesmo assim vale a história para buscarmos aprender com ela.
Para resumir o que vi: no dia 10 de novembro, uma possível cliente, que tinha orçado com Tatiana lembrancinhas com o tema do Pequeno Príncipe, acabou contratando o serviço de outra profissional pois encontrou “mais barato”. Insatisfeita com o que recebeu, procura a empresária pedindo que ela REFAÇA as lembrancinhas para o aniversário que aconteceria quatro dias depois. A prepotência e o desrespeito da cliente são evidentes. Acompanhe abaixo:
A história soa hilária, mas na verdade é mais um flagrante de desrespeito e a falta de educação da cliente. Muito se fala da grosseria do empresário, do garçom, do taxista. Mas pouco se fala sobre a falta de civilidade do cliente. No Facebook, o post recebeu centenas de comentários – quase todos apoiando a empresária ou relatando situações semelhantes com outras profissões:
– Na marcenaria acontece o mesmo;
– Meu cliente acha caro pagar R$ 100 para formatar o PC e paga R$ 40 para outro; semanas depois começam as ligações;
– Já passei por isso na minha profissão de serralheiro, vc vai lá, perde seu tempo, passa o orçamento o cara não com faz com vc e depois quer que vc conserte a M que os outros fizeram;
– Estou acostumada a receber clientes que aparecem para “corrigir” a maquilagem definitiva.
É mais uma vez a sabedoria popular mostrando que “o barato que sai caro” continua em vigor. Veja que no início na conversa a artesã manteve seu controle frente a uma situação de estresse. Mas do meio para o fim da conversa, ela também deixa a emoção aflorar e coloca “lenha na fogueira” da discussão.
Como educação vem de casa e não podemos “educar” o cliente em boas maneiras, o tema recupera uma característica fundamental para o empreendedor de sucesso: inteligência emocional. A capacidade de controlar as emoções em situações desconfortáveis, de tensão e desrespeito. Como as demais características do comportamento empreendedor, a inteligência emocional pode (e deve) ser treinada e aperfeiçoada corretamente. Como esta história mostra, o auto-controle vem sendo cada vez mais necessário.
Listo algumas dicas para exercitar e aprimorar a inteligência emocional.
- Controle os impulsos, conte até 10 antes de explodir.
- Entenda a diferença entre sentimentos e ações.
- Aprenda a reconhecer as emoções: ira, tristeza, fúria, medo, prazer, amor, surpresa, nojo, vergonha… E a identificar quais são seus gatilhos para cada uma, de que forma você responde a elas.
- Compreenda a perspectiva dos outros. Lembre que muitas vezes a pessoa do outro lado pode estar numa situação de estresse maior que o seu e por isso nem percebe o absurdo que está falando/fazendo.
- Use etapas para tomar decisões: analisar, estabelecer metas, identificar alternativas, prever consequências.
E, antes tarde que nunca, lembre-se: valor não é preço (leia post sobre isso aqui). Não deixe que o cliente determine quanto vale seu serviço. Calcule seus custos, preserve sua margem. Busque forças para que nada, nem ninguém, prejudique seu equilíbrio emocional.
Para saber mais sobre reconhecer emoções e como lidar com elas na vida e nos negócios, sugiro o livro ‘Inteligência Emocional’, best-seller do psicólogo Daniel Goleman. Há também um vídeo curto, com legendas em português, em que o autor dá dicas sobre como manter o foco frente a situações de estresse, tensão e ansiedade:
autor: Marcelo Pimenta
fonte: Blog do Empreendedor – Estadão
Para Completar
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Uma resposta
Conforme você disse “Desde que meus bigodes ficaram brancos, não acredito mais em tudo que vejo ” também sou dessa vertente.
Eu tinha visto esses prints no FB assim como o segundo para coleção e eu tenho quase certeza que esse segundo seja mais uma criação do que uma realidade.
Muito fantasioso e com perguntas e respostas prontas como se a cliente sem noção não soubesse onde a dona das canecas onde queria chegar, além de valores irreais de projeto. 🙂
Esse segundo chat tb veio na vibe do primeiro logo em seguida…
Mas vale o recado da inteligencia emocional