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Você “fica” com seus clientes?

No auge das baladas “disco”, uma música despontava com grande sucesso e um grito de ordem “não converse, apenas beije”. O ano? 1991. O clipe? Sedutor e cheio de gente linda, feliz e bem resolvida, interagindo com beijos e quase nenhuma troca de ideias ou discussão de relações, a famosa “DR” como diríamos anos depois.

Semana passada, resgatei essa atitude ao vivo e a cores. Não… não saí beijando todo mundo pela rua. Fui à The Week, a balada mais descolada dos últimos tempos, em São Paulo (creio eu). Confesso que levei anos para conhecer a casa da qual já ouvia falar muita coisa boa e algumas nem tanto. Não sou noturno, nem baladeiro. Bebo pouco e converso muito. Sou do tempo em que as músicas eram compostas de melodia e letra. Enfim, sou absolutamente 80’s… mas com a cabeça sintonizada ao futuro (creio eu).

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Na The Week, o som é eletrônico, o que significa um longo e repetitivo acorde composto de três ou quatro notas que se repetem por uns 20 minutos e motiva milhares de jovens de todas as idades a incorporarem atitudes dignas de reflexão, a primeira delas, citada acima.

1. Fast Kiss
Sim. As pessoas incorporaram a atitude “beijinho, beijinho, tchau, tchau” e você verá casais lindos, apaixonados, trocando beijos absolutamente cinematográficos por uns 20 minutos. Depois disso, separam-se e desparecem. Três momentos me impressionaram nessa atitude. O ritual da sedução na aproximação, composto de olhares “entre sem bater”, o beijo “do not disturb” e despedida pontual e objetiva à la “the next please…”.

Inevitavelmente, lembrei-me das empresas ávidas por nos conquistarem. Mal nos conhecem e já nos afogam em brindes, cartões, promessas, descontos até o momento em que caímos em seus braços e fazemos a compra. Após ganharem esse nosso primeiro beijo, afastam-se em busca de novas bocas ou bolsos.

O “fast Kiss” é uma forte tendência na baladas e também no mercado. Pode ser uma ótima atitude de conquista de clientes, mas não os mantém fieis. Por isso, além do beijo ligado à promoção, prepare-se para oferecer algo mais aos seus clientes.

2. “Carão” com óculos escuros
“Carão” é a expressão usada na noite baladeira para especificar a atitude de “ser visto, mas não ver ninguém”; ou seja, você se posiciona estrategicamente em determinado ponto, incorpora roupa, atitude, tudo milimetricamente planejado para chamar a atenção, mas não criar vínculo. Os óculos escuros são fundamentais na composição da personagem, pois permitem que você veja todos, sem ser visto.

As empresas “carão” também assumem essa postura. Surgem do nada, colocam-se na sua frente cheia de promessas e quando você pensa em se aproximar, desaparecem. Elas também adoram fazer pesquisa e não dão retorno sobre os resultados. Chegam, abordam, perguntam seu tipo sanguíneo e depois desaparecem.

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Sem contar a comunicação “carão” aquela que mostra um filme maravilhoso na TV, nos motiva a visitar a loja ou a degustar o produto que ficam muito, mas muito aquém das promessas na mídia. Comunicação pressupõe mão dupla na qual eu te conto um pouco do meu perfil e você me conta um pouco da sua oferta. Ambas precisam estar em sintonia para um projeto conjunto. A seguir, o “carão” em seus projetos de comunicação. Tire os óculos e encare seus clientes de frente.

3. No shirts
Em geral, a turma chega “arrumadinha” na balada. Roupas de marca, perfumes da moda, atitude “dressed to kill”. Algumas horas depois, e devo admitir que o calor da pista sugere isso, as camisas são tiradas e os corpos exibidos sem nenhum pudor e muito orgulho. O “no shrits” sugere um sampling do produto que muitas vezes mostra-se pior que a embalagem.

Saí de lá com a nítida impressão de que embalagens, muitas vezes, seduzem mais que os produtos e que precisamos estar muito preparados para nos despirmos perante o consumidor, dica preciosa para as empresas ávidas por oferecerem degustação, test-drives, mas que não conseguem cumprir as promessas da comunicação.

Temos dito que as empresas que não dispõem de um diferencial competitivo adequado, devem reforçar a sua comunicação e o seu atendimento capazes de evidenciarem determinado posicionamento, real ou imaginário. Você pode não ser lindo, mas deve ser simpático. Você pode não ser sarado, mas pode ter olhos de cristal, e assim por diante. Empresas têm pontos fortes e fracos, e isso não precisa ser mostrado a todos de maneira despudorada. Comece desabotoando uma blusa e observe como o mercado reage.

4. Patchwork social
Numa estimativa realista, acredito que havia cerca de 1.500 pessoas na The Week. Pessoas interagindo, trocando e se divertindo. Entretanto, a fila de entrada, e também a de saída, exibia muita gente sozinha. Uma clara tendência do “patchwork social” que vivemos hoje. Os consumidores mostram-se cada vez mais particulares e segmentados. Difícil conhecê-los e agrupá-los.

Vemos muitas pessoas sozinhas e juntas. Sozinhas porque optaram por um estilo de vida próprio. E juntas porque gostam e querem compartilhar. Entretanto, essa ideia do compartilhar tornou-se mais efêmera e virtual. Ganhou amplitude horizontal, mas perdeu profundidade vertical. Amigos de longa data que se veem apenas aos sábados, na pista de dança. Trocam ideias pelo MSN, mas não pelo celular. Conhecem atitudes mútuas, mas quase nada sobre os dados cadastrais.

Tudo isso leva as empresas a se relacionarem de maneira diferenciada com seus clientes e talvez cheguemos a um momento em que saber o time ou a religião preferida de nossos clientes seja mais importante do que sua idade ou estado civil. Enfim, balada também é cultura e uma grande oportunidade para reciclarmos os nossos conceitos sobre o mercado e melhorarmos os nossos beijos e papos com ele.

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