As coisas mais simples na vida são as mais belas: o sorriso de uma criança, o pôr do sol, uma revoada de pássaros e assim por diante. Nos negócios não é diferente.
Uma das maiores ambições que um executivo pode ter é pautar suas ações pela simplicidade. Não me refiro aqui a ser simplório, reduzindo as coisas a uma visão simplista, mas sim à complexidade extrema de ser profundamente simples. Foi essa pauta que sempre orientou ações de líderes vencedores no Brasil e no mundo como Samuel Klein nas Casas Bahia, Sam Walton no WalMart ou o lendário Peter Drucker entre tantos outros.
O problema é que muitas vezes confundimos profundidade com complicação. Nossos clientes buscam soluções adequadas às suas necessidades. Isso não significa que essas soluções devam ser complexas e difíceis de serem decifradas. A complexidade, na realidade, reside no processo de desenvolver as proposições de valor ao cliente e não, necessariamente, na proposição em si. O segredo está em transformar uma solução complexa em algo simples, facilmente percebido.
Esse foi o desafio que pautou Steve Jobs na Apple. A simplicidade extraordinária do iPod, do iPhone e, finalmente, do iPad são espetaculares e seguem uma linha que se iniciou nos primórdios da Apple com os Macs. Quando a organização conseguiu comunicar adequadamente o poder dessa simplicidade aos clientes, o resultado foi avassalador.
É evidente que a maioria de nossas organizações não tem o poder mágico das soluções da Apple, porém sua referência pode ser aplicada a qualquer negócio, mesmo os mais áridos que atuam no setor B2B.
Como só tem valor aquilo que é percebido pelo cliente, a comunicação ocupa lugar central nesse contexto. O conceito de comunicação, no entanto, deve ser encarado com uma lente mais ampla. Tudo comunica em uma organização: suas instalações físicas, as notícias publicadas a seu respeito na mídia, sua propaganda, seus profissionais de interface com os clientes e assim por diante. Não à toa a Apple investiu tanto nas Apple Stores pelo mundo, na formação de seu pessoal de atendimento, no engajamento com seus clientes etc.
Temos de nos preparar para esse contexto buscando sempre a profundidade da simplicidade em nossas ações que se traduzirá na forma como desenvolvemos soluções, nos relacionamos e nos comunicamos com nossos clientes. Ao adotarmos essa pauta notaremos um paradoxo instigante: como é complexo ser simples!
autor: Sandro Magaldi
fonte: http://www.hsm.com.br/blog