Baixar o preço é uma escolha unidirecional. Ou é mais barato, ou não é.
No início, o processo de baixar seu preço envolve uma eficiência bem inteligente. Ele força decisões difíceis que geram resultados melhores.
Com o tempo, no entanto, em um mercado competitivo, a busca pelo menor preço leva a brutalidade. A brutalidade de prejudicar seus fornecedores, de comprometer sua moral e sua missão. Outra pessoa está sempre disposta a ir um centavo menos e, para competir, suas possibilidades ficam mais limitadas ainda.
O problema com a corrida para ficar na posição mais baixa é que você pode ganhar. Ou, ainda pior, você pode ficar em segundo.
Para cortar um real daqueles ebooks ou dez reais daquela passagem de avião (descontos que poucos iriam notar, quando sem base de comparação), você precisa mudar a forma como as coisas são editadas, como pessoas são treinadas ou como a segurança é garantida. Você precisa mexer na cultura ou em como as pessoas são tratadas. Você precisa estar disposto a ligar menos para certos pontos, ou ser mais severo que aquele outro cara daquela outra empresa.
TODA ÓTIMA MARCA (MESMO AQUELAS COM PREÇOS BAIXOS) É CONHECIDA POR ALGO QUE NÃO SEJA APENAS QUÃO BARATOS SÃO SEUS PRODUTOS OU SERVIÇOS.
Henry Ford conquistou seu sucesso cedo usando ideias de negócio para produção em massa e peças intercambiáveis, em uma corrida magnífica pelo sistema manufatureiro de carros mais eficiente da história. Ele e seu time descobriram que as pessoas na verdade não queriam o carro mais barato. Elas queriam o carro que lhes daria orgulho, que fosse um pouco mais seguro, um pouco mais estiloso, que fosse construído por pessoas que ganhavam salários que os fizessem contribuir para a comunidade.
No longo prazo, ser o mais barato é um refúgio para aqueles que não têm o faro para desenhar algo que valha pagar um pouco a mais. Que não têm a coragem de apontar para seu produto ou serviço e falar “não é o mais barato, mas vale o preço“.
autor: Seth Godin
fonte: Endeavor