As revistas desempenham um papel importante em nossas vidas como fonte de notícias e entretenimento. Karen X. Cheng e Jerry Gabra nos leva em uma retrospectiva fascinante que mostra a evolução no período de 100 anos através das principais revistas da atualidade.
O projeto mostra as revistas mais influentes e populares, incluindo Cosmopolitan, Time e Vogue, com comparações lado a lado que mostram como as fontes e imagens utilizadas têm evoluído desde a década de 1990, fazem de tudo atualizado. Confira abaixo:
Cosmopolitan
A Cosmopolitan começou com mulheres vestidas de forma conservadora. Em seguida, eles começaram a mostrar um pouco de pele. Em seguida, mais pele. Finalmente, eles começaram a colocar mulheres em posições mais sensuais.
Como as mulheres ganharam mais direitos ao longo dos anos, eles também ganharam o direito de vestir a mulher em suas capas como bem entender. Ou talvez aquilo que vende mais revistas?
Seventeen Magazine
O logotipo Seventeen tem permanecido o mesmo, mas o resto mudou bastante. Notem que houve um tempo de uma capa bem simples, mas então as coisas ficaram mais e mais confusas com o passar dos anos.
O trabalho da capa é vender a revista, ela precisa se destacar em um rack cheio de outras revistas. Com isso o projeto (no caso desta revista) começou a ficar cada vez mais confusa e poluída.
Ao fazer a pesquisa para este artigo, fiquei com fortes dores de cabeça quando eu olhei as capas desta revista por muito tempo. Se tiver curiosidade pesquise mais imagens pelo Google com o termo “Seventeen Magazine” e você verá o que eu quero dizer:
Ai meus olhos!!!
Vogue
A revista Vogue teve algumas das capas mais belas ao longo dos anos. Como qualquer outra revista, eles adicionaram mais texto em suas capas para atrair os leitores. Mas, ao contrário Seventeen, eles fizeram um bom trabalho, mantiveram o projeto elegante e organizado.
Aos mais curiosos com um olhar mais científico, vá para Robots Reading Vogue, que compilou as médias visuais para todas as capas passadas da Vogue.
Time
A Revista Time tem feito um grande trabalho de identidade visual e tornou a borda vermelha como ponto chave em suas publicações. O projeto se manteve consistente na maior parte dos anos, exceto por uma breve mudança no logotipo na década de 70 e 80, mas que rapidamente perceberam a péssima idéia.
A revista continua a estampar em suas capas os ícones de América, ano após ano – indo de presidentes a estrelas pop. Quem serão nossos ícones nos próximos 100 anos?
National Geografic
As capas da National Geographic foi uma grande surpresa para mim, grande parte de sua existência no mercado basicamente é composto de um grande texto pesado. E hoje esta revista é conhecida pela suas belas fotografias que tomam a capa inteira, estilo que só foi adotado depois da década de 60. Em contraste, revistas como Vogue e Cosmopolitan estavam muito à frente da curva, com ilustrações de página inteira no início de 1900.
Assim como a Time, a National Geographic fez um belo trabalho de identidade visual adotando a uma borda amarela que virou sua “marca registrada”.
CG
Por um longo tempo, cada capa da GQ foi praticamente a mesma. Um homem branco em um terno. Só que na chegada de 1990 descobriram que bastava colocar mulheres na capa que venderiam mais revistas.
A revista GQ encontrou grande dificuldade em descrever esta capa em especial, colocando Amy Schumer (comediante americana) em poses sexy com personagens de Star Wars. Não conseguiram nenhuma autorização da Disney (obviamente) e deixou diversos fãs de Star Wars bem irritados com o editorial, contudo, Amy adorou e disse que gostaria de fazê-lo novamente.
Hoje se faz de tudo para vender revista, não é mesmo?!
The New Yorker
A capa de 2010 foi uma comemoração aos 90 anos da revista. Mas perceba, ao longo dos anos o mundo mudou mas as capas da The New Yorker se mantiveram absurdamente consistentes, mantendo inclusive ilustrações feitas a mão. E ao contrário de todas as outras revista, eles não se sentiram pressionados a mudar, enchendo a capa de texto ou mesmo de fotos de celebridades.
Vanity Fair
O que faz capa de Caitlyn especial não é apenas o assunto, mas o estilo também. Vamos comparar esta capa com qualquer outra feita em 2015:
Reparem que todas as outras capas estão repletas de texto. Não esta questão.
Call me Caitlyn (Me chame de Caitlyn). Apenas três palavras. Veja, que nos outros casos eles não precisavam vende uma única história, nesta o caso de Bruce Jenner, um ex-atleta olímpico com várias medalhas, famoso nos USA que se viu aprisionado num corpo de um homem por 65 anos e resolveu se transformar. Vanity Fair acertou em cheio.
Juntas, essas capas aqui apresentadas revelam um olhar por nossa história e comportamento. Claro, é nítido que há sexualização em grande parte delas, muitas se tornaram mais superficiais. Isso é reflexo de uma época que temos menos tempo de atenção e a cada dia lemos menos.
Veja, que a cada passo e momento na história, a sociedade tem considerado aceitável certos assunto que em tempos atrás eram inadmissíveis. Não muito tempo atrás, os negros não podiam votar, embora hoje continuam enfrentando grande discriminação, são idolatrados em capas de revistas. Assim como as mulheres, que ganharam mais direitos com ao passar dos anos e hoje são mais donas de si. A capa mais emblemática da Vanity Fair é de uma mulher que antes se identificava como homem.
Percorremos um longo caminho nos últimos 100 anos, não?!
autores: Karen X. Cheng e Jerry Gabra
fonte: Medium – KAren X. Cheng
tradução livre: Iris Freitas Duarte