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O design e o designer

O visual arrojado e a legibilidade

Para Rafael Souza Silva, a legibilidade de um texto não depende apenas da forma das letras. Deve-se considerar “o branco, o tamanho do corpo usado, o comprimento das linhas, o entrelinhamento, o espacejamento e as margens” . O trabalho gráfico deve ser observado a partir do branco enquanto suporte e do preto enquanto elemento impresso. O preto sobre o branco proporciona um arranjo positivo, enquanto que o branco aplicado sobre fundo preto caracteriza o negativo. A leitura no modo positivo é muito mais fácil, mais suave e por isso a forma mais indicada. A leitura no modo negativo não é aconselhável: provoca cansaço no movimento ótico e quebra o ritmo de leitura. Quando adotado deve ter função de adorno, de expressão plástica que destaca e realça uma mensagem curta, não devendo ir além de uma informação telegráfica, como um título e um olho. O mesmo raciocínio pode ser aplicado quando a base branca é substituída por um fundo colorido em tom escuro e a letra preta por tipos coloridos (mais claros) proporcionando também a idéia de um arranjo com letras claras vazadas sobre fundo escuro. Neste caso, a legibilidade está igualmente comprometida.

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É importante que não se confundam os conceitos de legibilidade e leiturabilidade. Segundo H. Barracco, “no texto escrito, o problema da legibilidade pode ser conceituado como um simples ato formal, isto é, qualquer pessoa alfabetizada estará em condições de ler o texto. Entretanto, nem sempre a legibilidade do texto corresponde à leiturabilidade do mesmo, ou seja, a capacidade de entendê-lo e interpretá-lo”.

A escolha errada de tipos, tamanhos, espacejamento e uso inadequado e sem critérios do branco convidam o leitor a abandonar a publicação. Para uma boa transmissão da mensagem, alguns cuidados são fundamentais:

verificar se as variações do tipo atendem às necessidades do trabalho

verificar se o formato, o tipo e o corpo são adequados ao tamanho do texto
A determinação da largura da coluna deve levar em conta o tipo de letra e o tamanho do corpo. Linhas muito compridas com corpo pequeno dificultam a leitura; as letras começam a se embaralhar. O mesmo ocorre com a utilização de corpo grande em linhas curtas, obrigando a uma hifenização demasiada, o que além da quebra do ritmo de leitura, interfere na estética do texto composto.

As cores e a atualização do design

O uso de cores é também elemento que merece atenção por parte do editor de arte. Embora experimentos científicos tenham comprovado que a sensibilidade humana se altera quando exposta às mais variadas gamas de cores, não há um estudo específico que ofereça a receita ideal para a utilização de cores quando empregadas em projeto visual gráfico. Na verdade, o editor de arte deve se valer de conceitos sensitivos relacionados a alegria (cores vivas como o azul, por exemplo), tristeza (cores pesadas, como o preto) etc. aliados a conceitos de harmonia e de contraste.

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A harmonia ocorre “quando cada uma das cores tem uma parte de cor comum a todas as demais” — é o oposto do fenômeno de contraste. Esses dois conceitos devem ser sempre considerados pelo editor de arte. Ele terá elaborado uma página harmoniosa quando adotar em letras, quadros, infográficos, capitulares etc. cores a partir do tom predominante na fotografia principal da página. Por outro lado, para produzir uma página com contraste, essa preocupação deixa de nortear a elaboração do projeto gráfico. Cores fortes em tons diferentes serão empregadas simultaneamente. A opção pelo contraste ou pela harmonia será regida pelo assunto estampado na página. O tom (ou o peso) da mensagem pode ser evidenciado pelas cores empregadas.

A adoção criteriosa de todos esses elementos na elaboração de um projeto gráfico deve existir também no momento de alteração do aspecto visual de um produto já existente. Manter atualizado o design requer uma atenção especial por parte do editor de arte. A mídia impressa vive um constante processo de atualização objetivando atender sempre as exigências do seu consumidor, no caso, o leitor. Para isso, os veículos de comunicação impressa têm alterado, com certa freqüência, o desenho de suas páginas — algumas vezes de modo radical. Em alguns casos, a alteração pode ocorrer de forma brusca, levando o leitor a uma perda do referencial. Neste caso, pode-se afirmar que o novo projeto gráfico compromete a identidade do veículo. Para que esse problema seja evitado, é necessário que essas alterações ocorram de forma gradual e sempre acompanhadas de textos explicativos. O leitor deve ser comunicado acerca das mudanças recebendo, através de textos impressos na mesma edição, explicações que justificam essas alterações. Somente assim ele terá um novo produto, sem contudo, descaracterizar a imagem construída ao longo de sua existência — sem descaracterizar, principalmente, sua identidade.

Considerando que a maioria dos jornais adota letras com serifa, olhos, capitulares, boxes, infográficos e fotos coloridas emolduradas com fios pretos, como distinguir, então, essa identidade? É justamente aí que o trabalho do editor de arte ganha relevância. Há uma série de recursos que valorizam o aspecto visual do jornal ou da revista. Selos, vinhetas, fios, ilustrações, olhos, linhas finas, boxes e legendas, combinados com o branco e com cores variadas são elementos que distinguem a forma de apresentação das publicações. Usados com critérios, esses recursos gráficos proporcionam leveza e convidam o leitor a um passeio com os olhos sobre a página estampada. É nessa hora que o editor de arte deve expor a sua capacidade de persuasão e o seu talento. Sempre com base na teoria disponível em livros e revistas especializadas, no conhecimento técnico, nos recursos materiais disponíveis e, principalmente, no bom senso. Afinal, está em questão a venda de um produto.

autor: Leonam Severo
site: PPUNIBH

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