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O poder do exemplo

Num mundo de modismos, as empresas, assim como as pessoas, costumam embarcar nas últimas ondas buscando soluções utópicas que logo são jogadas para escanteio por causa da dificuldade na execução ou falta de prioridade. Mudanças verdadeiras exigem comprometimento, muito mais do que apenas impulso.

Cada vez mais, no mundo corporativo, as empresas enfrentam crises de falta de liderança. Não há comprometimento dos colaboradores, as informações não fluem, as decisões importantes são postergadas e o sucesso muitas vezes é alardeado sem mérito. Por quê? Principalmente por falta de atitude dos líderes. Segundo Bossidy (2004), o principal papel da alta administração das organizações consiste em criar a cultura organizacional, definir a estrutura e a comunicação dentro da empresa.

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E a única maneira para conseguir moldar o comportamento das pessoas e a cultura de uma organização é por meio do exemplo. Em outras palavras, os líderes conseguem o comportamento que demonstram e toleram. Portanto, antes de pensar no tripple bottom line da sustentabilidade, o primeiro passo é equilibrar as vidas pessoal e profissional. Como uma empresa pode esperar ter bons resultados sacrificando a vida pessoal de seus empregados?

São líderes como Abílio Diniz que criam organizações sustentáveis porque eles buscam uma vida pessoal e profissional sustentável, inspiram e motivam seus colaboradores, e também clientes (veja a Maratona Pão de Açúcar, por exemplo), no mesmo sentido, construindo um círculo virtuoso de posicionamento da marca. Lee Iacocca, quando assumiu a presidência da Chrysler, adotou uma postura interessante: determinou que as ligações de familiares (esposa e filhos) fossem transferidas imediatamente para seus executivos. Com isso, ele deu uma clara demonstração da importância da família e criou uma cultura e um sentimento de união, de fazer parte de uma família maior (a Chrysler), essencial para a virada da empresa.

Líderes ruins, os “chefiotas” apelidados pelo professor Robert Sutton, criam estresse, causam problemas de saúde em seus subordinados e, consequentemente, prejudicam o desempenho da empresa no longo prazo. Concluímos facilmente que o primeiro passo da sustentabilidade está no cuidado com as pessoas. As organizações, sejam empresas ou ONGs, necessitam de unidade e coesão para serem fortes. Não pode haver dúvidas em seus valores e as pessoas precisam acreditar que esses valores são respeitados, observando os exemplos.

Muitas empresas já abriram os olhos para as vantagens de se engajar em diferentes iniciativas de sustentabilidade e mudança para melhor. Vemos exemplos como a Kraft Foods, cujo como objetivo é fazer “dias deliciosos” para as pessoas, a Johnson&Johnson e outras empresas que adotaram relatórios e indicadores de sustentabilidade, envolvendo todos os seus colaboradores de forma proativa. São parcerias que engajam colaboradores e clientes, atores sociais e outras organizações no sentido de fazer a diferença.

É esse sentimento de utilidade e de trabalhar por um mundo melhor que move as pessoas hoje. Os consumidores têm acesso a todo tipo de informação sobre produtos e empresas na internet e nas redes sociais, o que cria um certo tribalismo em torno dos aspectos de sustentabilidade e qualidade de vida. As empresas e organizações precisam aprender a engajar esse público de forma proativa para diferenciarem sua marca, produtos e serviços.

Nesse sentido, muitas empresas estão se tornando “verdes” e perceberam que isso é um bom negócio porque melhora a imagem da marca, envolve os consumidores e ainda diminui os custos. Assim está fazendo a Dell (“O lado verde da Dell”), Apple e várias outras empresas de tecnologia, uma área bastante criticada pelo Greenpeace (“Greener Electronics”). Também empresas de vários outros setores estão caminhando para tornar seus produtos, serviços e processos mais sustentáveis (Bombardier).

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O que podemos observar nos vários exemplos acima é que o comprometimento da alta administração é condição sine qua non para o sucesso de iniciativas de sustentabilidade. O vértice estratégico de Henry Mintzberg, constituído pelos gestores do topo, tem o papel de criar a cultura organizacional adequada para atingir os objetivos estratégicos através da estrutura da empresa, sendo que as linhas hierárquicas média e operacional estarão sempre vigilantes aos exemplos e mensagens (explícitas e tácitas) veiculadas pela cúpula.

Seguindo essa mesma linha de pensamento, os consumidores estão atentos tanto à publicidade da empresa e seus produtos quanto a suas atitudes em torno de questões importantes como meio ambiente, economia e sociedade. Todos os autores, e também muitos ditos populares, enfatizam a importância de ter e manter uma boa reputação. Isso exige coerência entre valores e atitudes, o que precisa ser observado pelas organizações com rigidez.

Para termos uma idéia do perigo desses “deslizes”, basta atentar para notícias freqüentes de escândalos por falta de ética (Enron, Madoff e outros). Mas não são apenas problemas éticos (“Crise de lideranças e a insustentabilidade”). A falta de comprometimento, má gestão dos riscos e muitos outros fatores atentam contra a sustentabilidade e resultam em desastres como o derramamento de óleo da BP e a crise financeira de 2008.

A conclusão é simples: tanto a sustentabilidade do planeta quanto a das próprias organizações depende do comprometimento e envolvimento dos líderes. Os gestores, políticos e pessoas que estão nos níveis hierárquicos mais altos da sociedade e de suas corporações precisam assumir o papel e a responsabilidade de direcionarem iniciativas sustentáveis.

autor: Mário Henrique Trentim
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