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Ser designer gráfico ou ganhar a vida de outro jeito?

O mercado hoje está longe de ser o paraíso, pois nem sempre paga bem e o cliente ainda precisa ampliar sua percepção sobre o valor do design para os negócios. Vale o desejo ou é melhor ser pragmático?

Posso falar da minha área de formação com convicção: desde sempre não é nada fácil ser designer no nosso país. Porém, sempre ouço falar de tantas outras áreas profissionais distantes que fiz um balanço para começar mais um ano.

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As queixas mais comuns dos designers são muito conhecidas e semelhantes. O mercado não é educado com os profissionais. Nós ainda herdamos a árdua tarefa de fazer o mundo pós-revolução industrial compreender para que serve um designer gráfico. Especialmente aqui, na nossa Terra Brasilis em eterno desenvolvimento.

Que seja. Isso é um capítulo à parte. A questão agora é: por que ser um designer e não ganhar a vida de outro jeito? E garanto, há mil maneiras de ganhar a vida mais rápido do que sendo um designer. Isso vale para quem está escolhendo o curso da faculdade, ou para quem está se questionando diante das agruras do dia-a-dia. E a resposta se resume em duas palavrinhas: paixão e talento.

Há alguns anos, os formados em engenharia civil, por exemplo, saíam das faculdades direto para bancos. E não era para construir os edifícios, mas para lidar com a rotina financeira mesmo. Isso aconteceu num momento que o mercado estava desabando de tantos engenheiros. Como consequência imediata, a nova geração de aspirantes à esta profissão mudou de rumo diante da escassez de emprego. Agora, tempos depois, a engenharia está superaquecida, e onde estão os engenheiros? Para quem optou pelo que realmente gostava, há excelentes oportunidades hoje em dia.

São ciclos. Um dia é do engenheiro, outra quem sabe do designer. Este é o momento do jornalista. O curso foi o mais procurado na Fuvest. Faço o que eu gosto ou faço o que dá dinheiro? O famoso dilema me parece bem claro diante deste cenário.

Para aqueles momentos inundados de dúvidas, alguns caminhos para quem realmente gosta e acredita no design gráfico.

– Para quem escolheu ser um designer, pesquise as possibilidades de trabalho no mercado antes de mergulhar. Importante, informe-se quanto recebe em média um designer nos diversos setores. Isso pode ajudar a saber quanto se gosta de uma profissão. Além disso, passar uma temporada dentro de uma agência de design antes de cursar uma faculdade facilita a decisão. O dia-a-dia dos projetos é muito menos criação, e muito mais exaustão.

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– Espiar os mercados vizinhos (moda, produto, fotografia, decoração, publicidade, etc). Como são e como trabalham estes profissionais? Há sempre o que aprender, ou até migrar para uma das profissões afins.

– Investigar os mercados distantes. Quem trabalha em outra área pode sempre contar uma maneira diferente de encarar situações similares: projetos, clientes e administração, por exemplo.

– Para quem está atuando, analise o porquê dos erros de tempos em tempos. Coloque no papel. Crescemos demais com as nossas falhas, desde que percebamos que elas aconteceram.

– Experimente de vez em quando ver o projeto pelo lado de lá. Olhos de cliente. Projeto personalizado tem que atender o objetivo do cliente. Não adianta só ser lindo de morrer. Artistas plásicos ficam em outro departamento.

– Relembre, ou estude, semiótica, arquitetura da informação, comportamento do consumidor, gestalt, marketing. Tudo que agregue mais valor ao projeto gráfico é bem vindo. Você vai se dar conta, e saber justificar, que o amarelo está ali com o vermelho não só porque são cores legais.

Um dia a procura por designers gráficos pode ser grande e portanto, muito valorizada. Quem ficar, vai ter lugar garantido. Enquanto não for, nos divertimos com o prazer de trabalhar todos os dias com o que gostamos de fazer.

autora: Caroline Fülep
fonte: [Webinsider]

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10 respostas

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  2. Após atuar por 15 anos neste área, algumas conclusões e que estas sirvam de lição e esclarecimento para quem está na área ou pensa em entrar.

    1- não existe paixão ou amor pela profissão que resista uma boa enxurrada de boletos e contas chegando todos os meses. profissões pragmáticas do tipo "advogado, engenheiro, arquiteto, jornalista, etc) são bem melhores.

    2 – com o tempo acho bem cansativo ficar "explicando" e "educando" o mercado sobre nossa profissão. ora, de que vale ficarmos gastando nosso tempo catequizando as pessoas sobre nossa profissão o tempo todo. tempo esse que deveria, de fato ser gasto, apenas trabalhando?

    3 – a profissão de designer gráfico é extremamente nova, um filhote ou primo pobre dos designers que viviam dentro das agências de publicidade e que resolveram dar um nome e formato a isso. portanto, ser publicitário é bem melhor do que ser designer

    4 – para aqueles que possuem algum tipo de criatividade, pra que ser um designer? melhor canalizar sua criatividade com outras coisas, até mesmo ser artista plástico é melhor. você faz umas telas e de repente faz um sucesso no mercado. já o designer, tem que ficar brigando com os tais "sobrinhos", "primos", departmaentos de marketing, e mais recentemente, os horrosos sites de concorrência.

    5 – saiam disso o mais rápido possível, vão ser arquitetos (é possível utilizar um monte de criatividade nessa área), qualquer coisa, menos…designer. é com profundo pesar digo estas palavras, mas o fato é que o mercado nunca se valorizou. oque…quando é que se falou sobre um booom na profissão?

    6 – se quiser ser um designer gráfico, façam isso nas horas vagas, para se divertirem. e sim, é um setor bem divertido.

  3. É responsabilidade do “designer”/desenhista industrial impor seu trabalho e a categoria que trabalha. Estamos em um mundo cada vez mais objetivista e pragmático. É necessário mostrar a necessidade da subjetividade caminhar em sincronia com a objetividade para que as soluções criadas não sejam apenas commodity aos olhos alheios.

  4. Caros Amigos,

    Simplificando e indo direto ao ponto, pontuo todos os posts anteriores com a máxima: do que vale um talento sem formação e o que vale uma formação sem talento?
    Entende-se também como formação a atualização do profissional em novas teorias e softwares das decadas que chegam bem como talento a visão de novos conceitos.

    Tudo isso delimita o profissional de zero a dez.
    Mas vamos falar sobre o mercado… Como ele esta recebendo esse profissional? Isso é o grande desafio:
    Veja só uma oferta de emprego de um banco de RH:

    Empresa de Médio Porte contrata Designer.

    Requesitos: Ensino Superior Completo em Desenho Industrial; Conhecimentos Avançado Informática. Domínio de Corel Draw, InDesign, PhotoShop, Dremweaver, Flash; Conhecimento de Action Script. Conhecimentos específicos para criação de marcas, folders e websites; diagramação de revistas, house organs e jornais; fechamento de arquivos; desenvolvimento, publicação e atualização de websites; Facilidade de comunicação Experiência profissional.

    Atividades: Criação de marcas, folders e websites; diagramação de revistas, house organs e jornais; fechamento de arquivos; desenvolvimento, publicação e atualização de websites. Local da Atividade: Tijuca – RJ
    Remuneração: R$ 1.200,00
    Benefícios: Vale Refeição R$13,80 + Vale Transporte

    O PROFISSIONAL DE DESIGN deve ter tudo, ser o top e ganhar míseros 1200 Reais e nada mais…

    O Mercado está assim porque nos designers permitimos isso. Uma categoria desorganizada, sem interesses pelo grupo, pela profissionalização. Somos profissionais mas não estamos impondo ao mercado a profissão.

    Você já viu algum advogado, independente de seu curriculo, atuar sem ser formado? Algum engenheiro construir sem ser formado?
    Em nossa profissão, arquitetos, engenheiros, curiosos e até analistas de sistema praticam deliberadamente como se dom ou conhecimento de softwares o torna-se um designer.

    Falta uma postura do designer e sua classe se manifestar publicamente e politicamente no mercado.

    Para se contratar um designer, é necessário em primeiro lugar o profissional ser um designer, e dependendo de sua atuação se ele é um programador visual ou se está em produto. Deveria ser obrigatório, antes de se montar uma empresa de publicidade, de programação visual, gráfica, e todas aquelas que utilizam deste segmento ( um universo ) para ganhar a vida, um profissional para dar a vida e honrar a profissão.

    Não se tem uma industria química sem um engenheiro químico responsável para assinar, nem uma industria eletrônica, sem um engenheiro eletrônico, e arquitetos, e médicos, e dentistas, e corretores, e, e, e… não se pode atuar na área sem um um Designer para assinar.
    Depois desta revolução… podemos falar sobre a categoria, salários, remunerações e direitos.
    Dpois disso, podemos falar sobre valores e mercado de trabalho.

    Falta união da classe e disposição de fazer isso acontecer. Enquanto isso… vamos brincando e se prostituindo como designers. Aliás, Prostituindo não… porque essa profissão está mais bem organizada do que a nossa.

    Sou Designer, Programador Visual, 39 anos, vasta experiência com diversos trabalhos publicados, neto de um designer conhecido na decada de 40, um dos itrodutores do desenho animado no Brasil e que foi amigo de Walt Disney, e hoje trabalho em Marketing para ganhar a vida e não morrer pobre, pelo sonho, como meu avô.

    Abraços a todos!

    Daniel

  5. Em parte, a nossa área tá na ponta da faca, por causa da facilidade em se piratear produtos como Photoshop e da necessidade da turminha de ter um photoshop pra dar tratamento de fotos pra jogar no orkut.

    Eu estou na procura de entrar pra uma agência já faz quase 2 anos, só achei gente querendo sacanear. Quando você, ocasionalmente, pega um job freela pra fazer é sempre o mesmo baile:

    Cliente: quero um cartão, um logo simples, um envelope etc etc
    Designer: fica R$ X
    Cliente: Poxa! Mas é só um desenho simplezino.. meu sobrinho mexe com photoshop e fez um tão bonitinho…

    E aí tu fica lá, com aquela cara de vela-de-páscoa, pensando o que dizer pro sujeito…

    =P

  6. Não sou designer, mas li o post e tenho algumas observações.

    Quando você disse: “Importante, informe-se quanto recebe em média um designer nos diversos setores. Isso pode ajudar a saber quanto se gosta de uma profissão.”, você acabou com seu post em dois momentos:

    1. Se o objetivo era animar os designers com um “futuro promissor” e com vagas e necessidades no futuro, falhou;

    2. Se você gosta do que faz, não importa seu salário, e sim o bem estar que o seu trabalho lhe proporciona. A partir do momento que você escolhe um trabalho por amor, ou talento / vocação, você faz o que gosta, e não o que dá mais dinheiro.

    O melhor exemplo disso é o universitário que adora Economia e Finanças, mas acaba fazendo Direito, ganha bem, mas não faz o que gosta.

    Ou mesmo o próprio exemplo que você citou no post, o dos Engenheiros, trabalham com finanças em bancos, ganham bem, as não fazem o que gostam / amam / tem vocação / talento, fazem apenas para “ter o sustento.”.

    1. Esta história de “fazer o que gosta” x “dinheiro” é uma discussão interminável, pra mim a partir do momento que você faz o que gosta e o faz bem, ganhar dinheiro é inevitável é uma consequência, principalmente quando vc tem contatos na área, e sabemos que na área de design como de publicidade ter contato e lógico ser bastante profissional e experiente conta muito para o quesito “salário/dinheiro”.

      Mas isso a galera vai aprender mais cedo ou mais tarde 😉 faz parte da caminhada profissional.

    2. Desculpe. Sou um ótimo designer gráfico. Amo minha profissão. Más quem banalizou o setor foi o CLIENTE.
      É real essa história de sobrinho que faz, esposa que faz. Todo mundo acha que alguem pode meter o bedelho na minha profissão. Compram CDs de Cliparts. Entram em malditos sites de Logos e imagens prontas e nem se pagam pelas mesmas. Retocam a marca dágua do fornecedor e dane-se o cliente. Sou formado, com curso superior e não admito isso. E mais. . . cliente que se contenta com a marca de seua empresa feita pelo sobrinho, é o mesmo que se consulta com farmacêutico e não com o médico. Temos é que DELATAR todas essas imagens roubadas de Shutterstock e retocadas para essa molecada ver de quanto é a multa e outros problemas decorrentes.

  7. Acredito que o mundo em que vivemos não está mal apenas para os designer, isso é um dado geral, pois para qualquer formação as oportunidades são poucas e “prostituídas”.

    Acredito que talento e paixão não é tudo, acredito muito muito, na busca interminável por meio de conhecimento em diferenciação, inovação e evolução.

    Nosso mundo não da oportunidade para o passado, vivemos em uma era de descobertas, para qualquer profissão, temos de evoluir tanto quanto a tecnologia, que a cada 6 meses reinventa.
    Penso que o quanto antes acharmos algo novo ou diferente mais próximos de acharmos o sucesso estaremos.

    A final de contas, quantas: empresas, cargos e profissionais existem hoje que não existiam há 4 anos? você começa a faculdade com uma gama de empregos, e quando termina, já existem muitas outras coisas no mercado no qual vc não aprendeu nem estudou.

    Conhecimento é a palavra chave.
    “Do the evolution baby”

  8. Infelizmente o jeito é ganhar a vida de outro jeito.

    Eu adoro design e sempre trabalhei com isso, embora minha formação seja outra (analista de sistemas).

    Mas durante anos e anos q trabalhei com isso, sempre vi que todos que conheci que trabalharam nessa área, passavam por dificuldades, com baixos salários, poucas garantias e nenhum reconhecimento.

    Resultado: resolvi trabalhar realmente com o que me formei e em coisa de 6 meses, já pude comprar meu carro, e agora juntando dinheiro para comprar meu lar.

    E o design como fica? Fica como freelancers. De vez em quando rola uns 3ds, animações para fora e é bom, pois é algo que gosto muito, mas que em determinada época da minha vida, mostrou-se não ser o caminho correto para atingir meus objetivos.

    Mas boa sorte pra quem quer seguir!

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