Pesquisar
Close this search box.

É a competência, estúpido!

Segundo o dicionário Houaiss, competência é “Poder de produção, de execução; rendimento máximo, faculdade ou potencial”. O Aurélio, como é de se esperar, diz quase a mesma coisa: competência é a “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão”.

Karl Erik Sveiby, um dos grandes estudiosos do assunto no âmbito das organizações, diz que a competência é mais do que descrevem os dicionários. E tem mais: ela pode ser analisada a partir de 5 elementos mutuamente dependentes. São eles:

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

1. conhecimento explícito (obtido por informação e educação formal);
2. habilidade (adquirida por treinamento);
3. experiência (obtida pela reflexão e erros passados);
4. julgamento de valor (filtros conscientes e inconscientes de cada indivíduo);
5. rede social (relações do indivíduo com outros seres humanos).

Pois é. Então, para alguém ser competente, precisa ter os cinco elementos bem azeitados. Mas para agir com competência, que é uma coisa bem diferente, eu ainda incluiria mais dois: recursos (a pessoa tem que ter condições de fazer o trabalho; e esses recursos podem ser desde equipamentos adequados até um certo grau de autonomia para decidir o quê e como fazer) e motivação (o fulano pode ter todas as qualidades e condições destacadas acima, mas se não estiver com vontade, vai simplesmente chutar o balde ou fazer que não é com ele).

A competência também aparece estruturada na forma de cadeia. Pela lógica, o mais competente tem o cargo mais alto, pois ele precisa liderar e escolher os competentes do nível abaixo dele, e assim sucessivamente.

O sujeito de cargo mais alto ganha mais justamente porque é responsável pela competência de todos abaixo dele. É justo, pois esse profissional precisa ter um uma dose muito mais generosa de cada um dos cinco elementos, além de uma boa quantidade dos outros dois.

Dito isso, convém analisar porque nunca antes na história desse país se viu tanta incompetência, em todos os níveis, todas as instâncias. A coisa tomou tal forma que a gente fica comovido e emocionado quando vê um garçom fazer bem o seu trabalho ou um fiscal de obras realizar a sua tarefa com rigor.

Pois é, pena que incompetência não é uma causa justa para demitir alguém (essa nossa legislação trabalhista paternalista e esquizofrênica), seja uma empregada doméstica ou um Ministro de Estado alheio ao que acontece ao seu redor (e eu nem falei presidente, vejam bem).

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

Estou chocada, mas, infelizmente, não surpresa, já que é de conhecimento de todos que a tragédia que aconteceu essa semana em Congonhas estava mais que anunciada. Era só uma questão de tempo. Ouvi notícias que o governo se reuniu em regime de urgência (???!!!) para tentar resolver o problema. A impressão que dá é que trata-se de um monte de baratas-tontas que andam em círculos há exatos 10 meses sem saber por onde começar. Por quê? Ora, aparentemente, falta-lhes competência.

Isso quase sempre acontece quando se utiliza o critério político para nomear alguém para determinado cargo importante. Ora, como a gente acabou de ver, em termos de competência, o cargo mais alto é responsável por todos abaixo dele. É claro que o ministro não precisa ser especialista em aviação (seria bom se fosse), mas precisa ter humildade para se cercar e principalmente ouvir quem entende do assunto (requisitos básicos de qualquer líder). Além dos 5 elementos já citados, as pessoas precisam ter recursos e motivação para fazer o trabalho bem-feito.

Ora, o que será que está faltando? Certamente não é dinheiro, pois malas de dólares, cheques milionários, reajustes em causa própria, desvios e mensalões são fato comprovado e consumado (a incompetência de alguns impede que isso acabe). Além do que, a nossa carga tributária é uma das maiores do mundo.

Não é acesso ao conhecimento explícito, habilidade ou experiência, pois há vários técnicos no país com essas qualificações (mas parece que eles não possuem recursos para fazer alguma coisa com isso, somente a imprensa lhes dá alguma atenção e seus chefes não gostam de ouvir más notícias).

Seria falta de motivação? Os líderes não estariam suficientemente motivados, lá de suas ilhas de coquetéis, viagens internacionais, embriagados pela importância e poder dos cargos? Por que então não deixam as decisões técnicas para quem entende do assunto? Provavelmente são motivados por causas conflituosas com a competência técnica. Dinheiro? Tráfico de influências? Poder? Quem sabe?

O fato é que muita gente vai continuar morrendo enquanto incompetentes tomarem as decisões de vida em morte baseados em critérios alheios aos objetivos comuns.

Na verdade, para a competência se consolidar em um indivíduo, há um outro elemento fundamental que não foi citado acima: vergonha na cara.

Uhuhhhhhuuuuu para os incompetentes.

autora: LIGIA FASCIONI
fonte: Acontecendo Aqui

Ficou interessado neste conteúdo?

Descubra como a IFD Comunicação transforma esses conhecimentos e outros em resultados excepcionais na divulgação da sua empresa. Conheça mais detalhes dos nossos serviços especializados e impulsione o sucesso da sua marca.

Receba os próximos posts

Assine nossa newsletter e junte-se a mais de 1.500 pessoas ou entre em nossos canais no WhatsApp » ou Telegram »

COPYWRITING: + de 400 modelos de copy GRATUITOS + BÔNUS

Atendendo a inúmeros pedidos, uma das publicações mais populares do IFDBlog agora está disponível como e-book! Preencha o formulário abaixo para fazer seu cadastro:

Você também vai gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *